Agência de notícias
Publicado em 15 de julho de 2025 às 11h21.
Última atualização em 15 de julho de 2025 às 11h22.
Após o envio das alegações finais da Procuradoria-Geral da República (PGR) que pedem a condenação de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, acusou o ex-presidente de liderar uma nova ofensiva para coagir o Supremo Tribunal Federal. Segundo ela, Bolsonaro articulou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelas tarifas de 50% impostas aos produtos brasileiros.
“É o medo da condenação por seus crimes que explica a conspiração contra o Brasil que ele comanda hoje, articulando sanções do governo dos EUA para coagir o STF, à custa da economia e dos empregos em nosso país”, disse Gleisi, nesta terça-feira.
Ela também citou o teor das alegações da PGR, que apontam Bolsonaro como líder de um “plano progressivo e sistemático” de ataque às instituições democráticas, com participação de militares, integrantes do governo e órgãos de inteligência. Gleisi disse que o processo no STF é uma resposta firme “contra golpes e chantagens” e defendeu a condenação do ex-presidente.
“A ação penal no STF caminha para o julgamento, numa firme demonstração de que o Brasil repudia golpes contra o regime democrático, que tanto custou construir. E repudia igualmente, chantagens e ameaças contra a soberania do país e das nossas instituições, venham de onde vierem, sob qualquer forma ou pretexto”, afirmou.
Desde que Trump anunciou o tarifaço ao Brasil, os aliados de Bolsonaro têm defendido que a melhor forma de reagir seria aprovar a anistia aos envolvidos nos ataques antidemocráticos do 8 de janeiro. O próprio ex-presidente afirmou que a anistia trará "paz para a economia".