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Ginastas são afastados da seleção após caso de racismo

Pela decisão, três atletas deixam a seleção e não podem participar de eventos nacionais e internacionais por um mês


	Ângelo Assumpção, campeão da etapa da Copa do Mundo de Ginástica em São Paulo
 (Paulo Pinto/ Fotos Públicas)

Ângelo Assumpção, campeão da etapa da Copa do Mundo de Ginástica em São Paulo (Paulo Pinto/ Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2015 às 19h08.

São Paulo - A Confederação Brasileira de Ginástica anunciou nesta quarta-feira o afastamento dos três ginastas envolvidos no caso de racismo contra Ângelo Assumpção, revelado na sexta-feira passada.

Arthur Nory Mariano, Fellipe Arakawa e Henrique Flores ficam afastado por 30 dias ou até que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STDJ) da Ginástica tome uma decisão definitiva.

Pela decisão, os três atletas deixam a seleção e não podem participar de eventos nacionais e internacionais, ainda que não houvesse a previsão de participação deles em nenhuma competição no próximo mês. Eles também deixam de receber bolsas e incentivos financeiros ofertados pela confederação.

Na sexta-feira passada, o jornal O Globo publicou um vídeo, compartilhado por Arthur Nory pela rede social Snapchat, em que ele, Fellipe e Henrique ironizam Assumpção com "piadas" racistas.

"Se o celular funciona, é branco. Se estraga, é preto. Saquinho de supermercado? É branco. Saco de lixo? É preto", foram as frases ditas no vídeo, que ainda mostra os companheiros de seleção indo se desculpar em tom de brincadeira a Ângelo, que parece não engolir muito bem os pedidos no momento.

Após a gravação ser divulgada pelo site do jornal e causar grande polêmica na internet, os atletas tentaram colocar panos quentes na situação. Em vídeo publicado na sua conta do Instagram, Nory, junto de Arakawa, Assumpção e Henrique Flores tentou explicar o ocorrido.

"Fala galera, aqui é uma equipe e está tudo bem. Exageramos e passamos dos limites. Quem está presente no dia a dia sabe como é. Está repercutindo de uma forma negativa para ter matérias. Aqui todo mundo gosta de todo mundo. Por favor, não entendam mal!", escreveu o ginasta na rede social.

Ainda no vídeo, Flores afirmou que "a brincadeira teve uma repercussão muito grande e negativa", enquanto Arakawa disse que "era um momento brincadeira e vocês (internautas) entenderam tudo errado". Já Assumpção perdoou os colegas de seleção. "Não tem problema, a gente é amigo."

Nory, que se recuperou recentemente de cirurgia, é companheiro de clube de Ângelo Assumpção no Pinheiros. Já Henrique Flores, também punido pelo caso de racismo, é tratado como filho por Marcos Goto, treinador da seleção brasileira, negro, casado com a mãe de Henrique. Arakawa, do Minas Tênis Clube, divide com Ângelo o posto de caçula da equipe.

A punição por 30 dias, ao menos por enquanto, não impede o trio de participar dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho, evento que vai servir como teste para o Mundial de Glasgow, válido como Pré-Olímpico.

Segundo melhor 'generalista' (que compete em todos os aparelhos) do País, Nory, por enquanto, é nome certo na equipe. Ângelo, Henrique e Arakawa disputam uma vaga no Pan com Arthur Zanetti. No Mundial, o time pode ter um ou dois especialistas e aí Diego Hypolito também entra na briga. O veterano está machucado e não vai a Toronto.

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