Brasil

Gilmar Mendes diz que examinará habeas corpus sobre 2ª instância

O pedido chega ao Supremo exatamente num período de iminência de uma ordem de prisão contra o ex-presidente da Luiz Inácio Lula da Silva

Gilmar Mendes: habeas corpus ao qual Mendes foi sorteado para relatar foi assinado por dez advogados da Associação dos Advogados do Estado do Ceará (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Gilmar Mendes: habeas corpus ao qual Mendes foi sorteado para relatar foi assinado por dez advogados da Associação dos Advogados do Estado do Ceará (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de março de 2018 às 15h17.

São Paulo - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes indicou nesta segunda-feira, 19, que vai examinar o habeas corpus coletivo impetrado na semana passada por um grupo de advogados do Ceará que busca impedir a prisão após segunda instância antes de se pronunciar sobre o caso. Questionado sobre se pretende pautar o HC no plenário, Mendes, que se encontra em São Paulo para um evento no Instituto de Direito Público (IDP), entidade do qual é sócio, lembrou que "não tem o dom da ubiquidade" e que vai examinar "com todo o cuidado" a questão.

O habeas corpus ao qual Mendes foi sorteado para relatar foi assinado por dez advogados da Associação dos Advogados do Estado do Ceará (AACE) e entregue no último dia 16.

A ação busca beneficiar todos aqueles que se encontram presos e os que se encontram perto de receberem uma ordem de prisão em tal estágio processual, em que ainda restam recursos nos tribunais superiores.

Segunda instância

O ministro do STF disse preferir não emitir juízo sobre se a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, deveria ou não pautar uma das ações que tenta rever o entendimento do Supremo em relação à execução provisória da pena. Gilmar indicou que o importante é a Corte não deixar de analisar o caso, independente da ação que seja escolhida. "A casa do pai tem muitas moradas e o caminho para a casa do pai é diverso. De modo que discutir se a questão será julgada em HC ou em ADI não é importante. O importante é que seja discutido e não se negue jurisdição. O que é grave para o judiciário e não pode ocorrer é não julgar", avaliou.

Gilmar Mendes, por outro lado, criticou a forma como o STF vem tratando os habeas corpus e outras liminares. "Até a gestão Jobim (2004-2006), a pauta do Supremo era uma semanal e ia sendo ajustada, (e) o habeas corpus sempre tinha prioridade", disse, notando que, de lá para cá, o atropelo de ações, inclusive por parte da judicialização da política, fez o Supremo mudar de entendimento. "Com todas essa tropelias, políticas inclusive, nós começamos a encontrar novas saídas, mas a rigor nunca ninguém discutiu a pauta ou não de habeas corpus", notou, dando como exemplo as decisões monocráticas dadas sobre liminares coletiva como a Ação Direta da Inconstitucionalidade (ADI).

O pedido chega ao Supremo exatamente num período de iminência de uma ordem de prisão contra o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, na medida em que se aproxima a conclusão do recurso do ex-presidente no Tribunal Regional Federal da 4ª Região contra a condenação por 12 anos e um mês de reclusão, no caso do tríplex do Guarujá.

Acompanhe tudo sobre:Cármen LúciaGilmar MendesJustiçaLuiz Inácio Lula da SilvaSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas