Brasil

Gilmar Mendes critica atuação do Senado

Ministro do STF questionou ações do Senado a respeito do piso nacional do magistério e de questões fiscais


	Gilmar Mendes: o ministro do STF dirigiu as críticas ao Senado durante seminário do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada 
 (REUTERS)

Gilmar Mendes: o ministro do STF dirigiu as críticas ao Senado durante seminário do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada  (REUTERS)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2012 às 15h13.

Brasília - O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou duramente, nesta terça-feira, a atuação do Senado Federal em questões fiscais. Relator do processo que declarou inconstitucional o critério de rateio dos quase R$ 55 bilhões do Fundo de Participação dos Estados (FPE) em fevereiro de 2010, quando o STF concedeu 36 meses de prazo para que os senadores criassem regras novas, Mendes afirmou que a demora do Senado é perigosa.

"Já se passaram 35 meses daquela decisão do STF, o FPE vai acabar em dezembro e o Senado Federal, até agora, não discutiu um novo critério de repartição desses recursos", disse Mendes. "Será que o Senado está cumprindo suas funções de representante da federação?", perguntou Mendes durante seminário realizado nesta terça-feira na sede do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O ministro do Supremo citou também o caso do piso nacional do magistério. "O piso foi aprovado no Senado e asfixiou as contas dos Estados. Diversos governadores não contam com espaço orçamentário capaz de honrar o piso, e cogitam entrar com um pedido de impugnação no Supremo. As questões no Brasil têm se judicializado, mas poderiam ser resolvidas no próprio Legislativo", disse Mendes.

"Por que o Senado não estuda o piso nacional do magistério? É uma situação anômala que o Congresso Nacional tenha aprovado uma lei com esse impacto fiscal sobre os Estados e não tenha feito a conta antes", disse.


Ações

O STF tem mais de cinco mil ações envolvendo questões federativas - disputas entre os Estados e entre Estados e a União -, disse Gilmar Mendes. Para ele, o elevado número de ações movidas entre os Estados configura uma "guerra civil". No entanto, explicou, o STF não tem poder de julgar mais da metade desses processos. Cerca de 40% deles se referem ao questionamento de uma determinada lei estadual que é revogada ou alterada pelo Estado questionado pouco antes do STF colocar a ação em pauta para votação. Outros 10% dessas ações são de cunho regulamentar, que escapam da jurisdição do Supremo.

O restante, disse Mendes, poderia ser facilmente resolvido pelos procuradores dos Estados e as equipes da Advocacia Geral da União (AGU) ou da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN). "Há um excesso de discussões, e isso tudo configura custo Brasil", completou.

Acompanhe tudo sobre:PolíticaPolítica no BrasilSenadoSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas