Agência de notícias
Publicado em 6 de agosto de 2025 às 11h25.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, afirmou nesta quarta-feira que não há "desconforto" entre os membros da Corte com a decisão do ministro Alexandre de Moraes de determinar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com Mendes, Moraes conta com o apoio e confiança dos demais integrantes do STF.
"Não há desconforto [entre os ministros]. O Alexandre de Moraes tem toda a nossa confiança e o nosso apoio", declarou Gilmar Mendes a jornalistas ao chegar ao evento Esfera Brasil, em Brasília. A declaração do ministro ocorre após a prisão domiciliar de Bolsonaro, determinada por Moraes devido ao descumprimento das medidas impostas pela Corte.
Gilmar Mendes também se pronunciou sobre as medidas impostas contra Moraes pelo governo dos Estados Unidos. Na semana passada, os EUA aplicaram a Lei Magnitsky, bloqueando bens do ministro, como contas bancárias e investimentos, em resposta ao julgamento de Bolsonaro. Mendes reagiu afirmando que seria inadmissível que o Brasil aceitasse mudanças de entendimento da Suprema Corte americana, assim como seria impensável que os Estados Unidos impusessem mudanças institucionais por meio de tarifas.
Para o ministro, a tentativa de utilizar sanções para afetar a soberania de um país é inaceitável. "Isso é claramente repudiável e não é aceito por nações maduras, como o Brasil", completou Mendes.
A sanção imposta pela Lei Magnitsky bloqueia bens e ativos de Moraes nos Estados Unidos, afetando desde contas bancárias até imóveis e investimentos. A medida impede também operações financeiras que transitem pelo sistema bancário americano, levando ao bloqueio de ativos dolarizados e de cartões de crédito internacionais de bandeiras com sede nos EUA.
Gilmar Mendes ressaltou que discussões comerciais entre os países são normais e devem ser mediadas por instituições como a Organização Mundial do Comércio (OMC), embora a instituição esteja enfraquecida. No entanto, ele destacou que a tentativa de impor tarifas para alterar a soberania de outros países é inaceitável.