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Gestão Doria diz que cortes não afetarão contratos de ônibus

Prefeito voltou atrás e agora afirma que os contratos de ônibus vão ficar de fora do corte de 15% o prefeito eleito quer fazer com os fornecedores

Ônibus: não há nenhuma concessão para o transporte público vigente em São Paulo, todos os contratos são emergenciais (Wikimedia Commons)

Ônibus: não há nenhuma concessão para o transporte público vigente em São Paulo, todos os contratos são emergenciais (Wikimedia Commons)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de dezembro de 2016 às 11h51.

São Paulo - Depois de conversar com empresários do setor de transporte público, que já falavam em corte de 2 mil ônibus e demissão de 10 mil motoristas e cobradores, a gestão João Doria (PSDB) afirmou que os contratos de ônibus da cidade ficarão fora do corte linear de 15% que o prefeito eleito pretende fazer nos gastos com fornecedores da cidade.

No sábado, durante entrevista coletiva, Doria havia dito que os contratos com as empresas de ônibus seriam, sim, alvo do plano de redução de despesas.

"Inclui. É linear, todos, todos. Cada empresa também pode buscar melhoria da sua eficiência. Os empresários sabem disso, aliás vêm buscando isso e acredito que, diante de uma situação como essa, caberá a eles fazer um esforço adicional para melhorar seu grau de eficiência", disse o tucano, ao ser questionado se os cortes iriam incluir as empresas de ônibus.

Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de São Paulo (SPUrbanuss), se fosse levada adiante, a medida iria tirar 2,1 mil ônibus das ruas e 10,5 mil empregos no setor.

O presidente da SPUrbanuss, Francisco Christovam, afirma que as empresas que atuam em São Paulo operam no limite.

"Não existe margem para cortes. Nossos preços são todos controlados pelo poder público. As planilhas estão à disposição para mostrar isso. Desse modo, não dá para fazer um corte de 15% sem interferir no serviço", afirmou.

Christovam conversou com o futuro secretário municipal de Transportes, Sergio Avelleda, que ficará encarregado de gerenciar a frota de coletivos.

"O Francisco Christovam me ligou bastante preocupado. Deixa eu esclarecer: a fala do prefeito, a intenção do prefeito, era dizer que os serviços de transporte que são prestados para a Prefeitura serão revistos. Mas são contratos de prestação de serviços para a Prefeitura", disse.

"Eu o tranquilizei (se referindo ao representante dos empresários) e o prefeito foi bastante assertivo nisso: 'O que eu quis dizer foi que os contratos de locação de automóvel, se você tem um ônibus alugado para funcionários da SPTrans, deverão passar pelo processo de revisão do preço. Não se aplica aos contratos de concessão, que têm uma estrutura bastante diferenciada", disse Avelleda.

Não há nenhuma concessão para o transporte público vigente na cidade. Todos os contratos com as empresas de ônibus estão vencidos.

A cidade só tem transporte coletivo por causa de contratos emergenciais, que são acompanhados pelo Tribunal de Contas do Município (TCM). Avelleda disse que, a partir de janeiro, tentará reorganizar linhas para reduzir as sobreposições de trajetos.

A assessoria de Doria afirmou que a gestão nunca pensou em incluir os ônibus na lista de empresas que teriam o corte e negou que houvesse uma mudança de discurso após os questionamentos feitos pelas empresas de ônibus.

O prefeito não teria compreendido corretamente a pergunta sobre o tema.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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