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Gestão Alckmin cancela edital de livros para alunos

O processo foi iniciado em 2013 com o chamamento das editoras e seleção dos livros, mas ficou parado durante todo o ano passado


	Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin: a previsão das editoras era de que cerca de 18 mil livros fossem adquiridos
 (Mauricio Rummens/Governo de São Paulo)

Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin: a previsão das editoras era de que cerca de 18 mil livros fossem adquiridos (Mauricio Rummens/Governo de São Paulo)

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Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2015 às 09h39.

São Paulo - O governo Geraldo Alckmin (PSDB) cancelou o edital que previa a compra de livros para professores e alunos dos ensinos fundamental, médio e de jovens adultos (EJA).

O processo foi iniciado em 2013 com o chamamento das editoras e seleção dos livros, mas ficou parado durante todo o ano passado. A previsão das editoras era de que cerca de 18 mil livros fossem adquiridos.

O edital previa a compra de livros de ficção e não ficção para os programas estaduais Sala de Leitura, Leitura do Professor e Apoio do Saber do Estado de São Paulo.

No ofício, encaminhado às entidades que representam as editoras, a Secretaria de Estado da Educação informa que o cancelamento se deve ao corte orçamentário sofrido pela pasta.

Para Luís Antonio Torelli, presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), o cancelamento é um "equívoco" da secretaria. "A crise financeira não pode afetar a educação.

Pode reduzir, mas não cortar o essencial. E os livros são essenciais no aprendizado, vamos ter um prejuízo enorme no aprendizado desses alunos, que estão na fase de criar o hábito da leitura."

Antonio Luiz Rios da Silva, presidente da Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares (Abrelivros), disse que os editais de compra de livros no Estado de São Paulo estão entre os mais representativos do País, atrás apenas do governo federal.

Em 2012, a última compra do Estado com edital de chamamento das editoras, foram adquiridos 12,2 mil livros.

Para Silva, o governo do Estado já dava sinais de que ia cancelar o edital desde o ano passado, quando o processo ficou parado. "Para o mercado de editoras o impacto é grande, mas o prejuízo é maior para os alunos que ficarão sem os livros. Quem receberia esses exemplares são aqueles que as famílias não têm condições de comprá-los."

De acordo com a CBL e a Abrelivros, as editoras fizeram investimentos para que pudessem apresentar livros que se adequassem às exigências do Estado. "Muitas empresas investiram para participar do edital, contrataram autores, diagramadores, ilustradores", disse Torelli.

Em nota, a Secretaria de Educação informou que sua última compra de livros ocorreu em 2013, com a aquisição de 30,2 milhões de títulos.

"Após a consolidação de uma coleção diversificada, um mapeamento inédito foi realizado, no fim do ano passado, com toda a rede sobre hábitos e gostos literários dos estudantes para que o uso dos títulos disponíveis seja fortalecido, expandido e aprimorado", informou a nota.

Segundo a secretaria, as escolas têm verba própria que pode ser utilizada para a compra de novos livros. No entanto, não informou o motivo do cancelamento do edital.

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