Emprego: alta nas vagas foi puxada pelo setor público, favorecido pela troca de cargos nos municípios (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 19 de agosto de 2014 às 10h42.
Brasília - Puxada pela administração pública, a geração de empregos formais apresentou crescimento de 29,7% no ano passado em relação ao ano anterior. A criação de empregos formais foi de 1,490 milhão em 2013, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) apresentados na segunda-feira, 18.
O total de vínculos empregatícios também aumentou, passando de 47,4 milhões para 48,9 milhões - uma elevação de 3,14% entre 2013 e 2012.
Os números da Rais diferem dos do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) porque levam em consideração todos os tipos de vínculos trabalhistas, enquanto o Caged, que apontou para criação de 1,1 milhão de empregos no ano passado, só considera os celetistas (com carteira assinada).
Em tom otimista, o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, afirmou que a pesquisa mostra um cenário benéfico para a geração de vagas no Brasil. "Quem está em crise é o mundo, não somos nós", disse. "Vamos continuar gerando emprego."
Setor público
No entanto, não fosse o setor público, a criação de novas vagas teria sido bem menor, mostrou a pesquisa oficial. O segmento puxou o crescimento do emprego no ano passado ao apresentar uma alta de 4,85% em relação ao ano anterior - foram 414,7 mil postos adicionais no período.
O desempenho, segundo o ministro, foi favorecido pela troca de cargos nos municípios. Prefeitos que venceram trocaram as eleições em 2012 trocaram cargos de confiança e criaram novas posições quando assumiram em 2013.
A despeito do discurso otimista, o ministro admitiu que o mercado de trabalho esfriou, mas disse que espera uma recuperação mais intensa na geração de empregos a partir do segundo semestre deste ano. "Não é uma coisa desastrosa. Há desaceleração, mas existe um exagero quando se fala da nossa economia."
Salários
Durante a apresentação dos dados, o ministro Manoel Dias destacou que os ganhos salariais para os trabalhadores, na média, continuam acima da inflação.
No ano passado, o aumento real médio foi de 3,18%. Apesar disso, a diferença entre os maiores e os menores salários continuou elevada - em 158,13%. Em 2012, essa diferença era de 166%.
Manoel Dias também defendeu que há uma "campanha pessimista" no país, mas que os números de sua área mostram um panorama diferente . "A Bolsa está subindo e o dólar está caindo", resumiu. Ao atingir o pleno emprego, segundo o ministro, é "natural" que se reduza a geração de novos postos.
Dias ponderou que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013 foi menor do que em 2012 e que a geração de emprego acompanha esse movimento.
Regiões
Os dados mostraram, ainda, que o Centro-Oeste foi a região que mais criou emprego, com uma elevação de 5,5% na geração de empregos. No Norte, a alta chegou a 4,62%; no Nordeste, a 3,64%; no Sul, a 3,51%; e no Sudeste, a 2,28%.
O ministro Manoel Dias afirmou que o Nordeste apresentou bom desempenho em função de investimentos em novas plantas industriais. Ele explicou, ainda, que entre as unidades da federação a expansão é "generalizada" - apenas Roraima apresentou retração. Foram menos 1,6 mil vagas em função de demissões no serviço público.
Entre oito setores do mercado de trabalho, sete apresentaram expansão nos rendimentos reais. A agricultura apresentou alta de 6,13%, o segmento de indústria extrativa Mineral 4,76%.
Construção Civil
Também se destacaram os ganhos de construção civil (4,29%), comércio (3,63%), indústria de transformação (3,40%) e serviços (3,33%). Os Serviços de Utilidade Pública, que apresentaram queda de 3,61%, foi o único que registrou queda.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.