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Heleno diz que apoio militar a Guaidó não é claro e descarta intervenção

Após encontro com Bolsonaro, general Heleno levantou dúvidas sobre sucesso de protestos e disse que não há solução para a Venezuela no curto prazo

Juan Guaidó cumprimenta apoiadores durante manifestação nesta terça-feira, 30 (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Juan Guaidó cumprimenta apoiadores durante manifestação nesta terça-feira, 30 (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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Reuters

Publicado em 30 de abril de 2019 às 16h27.

Última atualização em 30 de abril de 2019 às 16h31.

O governo brasileiro não tem clareza do tamanho do apoio militar ao autoproclamado presidente Juan Guaidó, que parece ser menor do que o inicialmente anunciado, e mantém a posição de não intervenção nos assuntos internos da Venezuela, afirmou o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general da reserva Augusto Heleno.

O presidente Jair Bolsonaro convocou uma reunião no início deste tarde para discutir as manifestações na Venezuela com o vice-presidente Hamilton Mourão e os ministros Heleno, Fernando Azevedo (Defesa) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores). O encontro foi rápido e serviu para reafirmou a posição de não intervenção do Brasil na crise do país vizinho.

De acordo com Heleno, o governo vai aguardar os acontecimentos e está analisando hipóteses para o resultado da crise venezuelana.

"A posição do governo não vai se modificar. Desde o início, o governo tem adotado uma postura bastante prudente, cuidadosa, tomando a posição correta que é apoiar o presidente Guaidó e vai seguir nessa posição aguardando os acontecimentos", disse o ministro.

Heleno levantou dúvidas sobre o sucesso da operação armada por Guaidó e disse não haver uma expectativa de solução no curto prazo.

A avaliação do governo brasileiro é que o apoio militar a Guaidó é menor do que anunciado pelo político venezuelano ao chamar a população para tomar as ruas.

"Essa é a grande incógnita dessa situação. No início desta situação, quando se caracterizou uma antecipação do movimento que estava previsto para amanhã não se percebeu movimentação militar, mas foi anunciado pelo Guaidó um maciço apoio. Logo depois isso foi colocado na dimensão correta. Ou seja, havia algum apoio, mas não chegava a atingir os altos escalões", avaliou Heleno.

O general considera que há um apoio ao autoproclamado presidente venezuelano, mas que pode ser mais "quantitativo e não qualitativo".

"Não sabemos a quantidade e a qualidade desse apoio. O que tem parecido é que esse apoio tenha um valor quantitativo mas qualitativo ele ainda não foi expressado. Não ouvimos de nenhum chefe militar um apoio ao presidente Guaidó", disse. Ao contrário, lembrou o general, no início da tarde foram divulgadas fotos de comandantes das forças armadas venezuelanas dando apoio a Maduro.

"De manhã parecia que as coisas iriam se encaminhar para uma solução, mas ao longo do tempo não se transformou em massificação do movimento, explicou Heleno. "Temos a impressão de que o lado de Guaidó é fraco militarmente."

O ministro avalia que a situação no país vizinho ainda está longe de uma solução.

O vice-presidente Hamilton Mourão, que também participou da reunião, confirmou que as informações que o governo brasileiro teve acesso até agora mostram uma situação confusa e é preciso aguardar uma definição do cenário.

Mourão, que já foi adido militar em Caracas, diz que os oposicionistas Guaidó e Leopoldo López foram para "o tudo ou nada."

"Foram para uma situação que não tem mais volta, não há mais recuo. Depois disso ou eles vão ser presos ou Maduro vai embora", disse.

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