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Geddel será investigado no STF por apreensão de R$ 51 milhões

Em seu parecer, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu a manutenção da prisão de Geddel, a quem chamou de "líder da organização criminosa"

Geddel: Fachin rejeitou pedido de Geddel para revogar a prisão preventiva (Ueslei Marcelino/Reuters)

Geddel: Fachin rejeitou pedido de Geddel para revogar a prisão preventiva (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 19 de outubro de 2017 às 19h15.

Brasília - O ex-ministro Geddel Vieira Lima vai ser investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de lavagem de dinheiro no inquérito referente à apreensão de 51 milhões de reais encontrados no mês passado em um imóvel em Salvador ligado ao peemedebista, segundo decisão do ministro da corte Edson Fachin divulgada nesta quinta-feira.

Fachin rejeitou pedido de Geddel para revogar a prisão preventiva decretada contra ele pela Justiça Federal de primeira instância.

Ele recorreu ao STF para contestar a competência da Justiça de Brasília de ter decretado sua prisão, sob a alegação de que já haveria indícios de envolvimento do seu irmão, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), no episódio.

"O investigado Geddel Quadros Vieira Lima manteve sob sua custódia, em imóvel de terceiro, mas localizado a menos de 1 km (um quilômetro) de sua residência (na qual se encontrava custodiado por determinação judicial), a já mencionada expressiva quantia em espécie, circunstância que indica, agora, a efetiva propensão à reiteração delitiva que, neste momento, só se afigura possível de ser repelida com a mais grave das medidas cautelares, como forma de garantia da ordem pública", afirmou o ministro do STF.

Fachin decidiu decretar a prisão preventiva de Geddel, confirmando decisão anterior da Justiça de primeira instância.

O ministro do Supremo decidiu fatiar investigações que envolvem Geddel. Ele será investigado juntamente com o irmão e outros envolvidos no caso referente à maior apreensão em espécie no país e, na Justiça Federal de Brasília, por supostas irregularidades em operações na Caixa Econômica Federal, instituição da qual o ex-ministro foi um dos vice-presidentes.

Inicialmente, essas duas apurações faziam parte de um único inquérito. Fachin retirou o sigilo do inquérito referente aos 51 milhões de reais.

Líder da organização criminosa

Em parecer encaminhado ao STF, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu a manutenção da prisão preventiva de Geddel, a quem chamou de "líder da organização criminosa" e que fez "muito em pouco tempo".

"Em um primeiro momento, Geddel violou a ordem pública e pôs em risco a aplicação da lei ao embaraçar investigação de crimes praticados por organização criminosa. Num segundo momento, passados nem dois meses do primeiro, reiterou a prática ao ocultar mais de 50 milhões de reais de origem criminosa. Fez muito em pouco tempo", disse Dodge, em manifestação.

Na mesma decisão Fachin, substituiu a prisão preventiva decretada contra um aliado de Geddel envolvido no episódio dos 51 milhões de reais, Gustavo Pedreira Ferraz, pela detenção domiciliar.

Ele também não poderá usar telefone e internet, fica impedido de exercer função pública e de contato com outros investigados, precisará usar monitoramento eletrônico e pagar fiança.

O ministro decretou também as mesmas restrições ao assessor parlamentar Job Ribeiro Brandão, ligado a Lúcio Vieira Lima.

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