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Geddel é levado da Papuda para audiência sobre ação do bunker de R$ 51 mi

Ex-ministro esteve no tribunal para acompanhar depoimentos de testemunhas na ação penal em que é réu perante à Corte

Geddel conseguiu deixar a Papuda por algumas horas porque tem direito de assistir aos depoimentos no processo (Ueslei Marcelino/Reuters)

Geddel conseguiu deixar a Papuda por algumas horas porque tem direito de assistir aos depoimentos no processo (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de setembro de 2018 às 13h59.

São Paulo - Preso desde setembro do ano passado na Papuda, em Brasília, pelo caso do "bunker" de R$ 51 milhões, o ex-ministro Geddel Vieira Lima esteve no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira, 24, escoltado por agentes da Polícia Federal (PF), para acompanhar depoimentos de testemunhas na ação penal em que é réu perante à Corte. Visivelmente mais magro, vestindo o uniforme branco dos detentos da Papuda, Geddel chegou na sala de audiências do STF por volta das 10h, onde ficou por cerca de uma hora.

Ele assistiu aos depoimentos das testemunhas chamadas pelo irmão, o deputado Lúcio Vieira Lima (MDB-BA), que também responde pelo caso do "bunker" encontrado em apartamento em Salvador. A mãe dos políticos, Marluce Vieira Lima, o ex-assessor parlamentar Job Ribeiro Brandão, e o empresário Luiz Fernando Machado da Costa Filho são os outros réus na ação penal, aberta pelo STF em maio para apurar supostos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa. O relator é o ministro Edson Fachin.

Geddel conseguiu deixar a Papuda por algumas horas porque tem direito de assistir aos depoimentos no processo.

Diante do juiz Paulo Marcos de Farias, os servidores do Senado Thiago Nascimento Castro Silva e Marcos Machado Melo falaram sobre a tramitação da Medida Provisória 613. Em delação, o ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho destacou que Lúcio participou da aprovação da MP como presidente da Comissão Mista, e que o deputado teria solicitado "apoio financeiro" para trabalhar pelos interesses da empreiteira no caso.

"Os pagamentos foram realizados no início do mês de outubro de 2013 na cidade de Salvador. Embora o pedido de contribuição financeira tenha sido feito pelo parlamentar acima com fundamento em necessidade de custear despesas de campanhas eleitorais, ficou claro que o não atendimento ao pedido traria dificuldades na aprovação da MP 613", diz trecho da colaboração.

"Foi completamente normal. Uma como qualquer outra", disse Melo sobre a tramitação da medida a jornalistas depois da audiência. Ele é da Coordenação das Comissões Mistas do Senado. O outro servidor da Casa que prestou depoimento, Thiago Nascimento Castro Silva, acompanhou a tramitação da MP 613, segundo a defesa de Lúcio.

A Medida Provisória 613, aprovada em agosto de 2013 pelo Senado, desonerava a cadeia de produção do etanol e beneficiava a Odebrecht.

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