Boate Kiss destruída pelo incêndio que matou mais de 230 pessoas na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul (REUTERS/Policia Civil)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
Santa Maria - O delegado Marcelo Arigony, que comanda as investigações sobre a tragédia em Santa Maria, afirmou na quinta-feira que a espuma inflamável colocada no teto do palco da boate Kiss, de uso proibido como isolante acústico por leis municipal e estadual, foi a causa da morte dos 236 jovens.
A perícia da Polícia Civil realizada na quinta com o Instituto-Geral de Perícias e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) do Rio Grande do Sul constatou que o gás cianídrico liberado na queima da espuma intoxicou a maior parte das vítimas - 178 delas tinham entre 18 e 26 anos.
"Se a espuma não estivesse lá, os jovens não teriam morrido", afirmou o delegado. A espuma foi colocada acima do palco por um funcionário da casa em agosto, após abaixo-assinado de 87 vizinhos que reclamavam do barulho do estabelecimento nas madrugadas de domingo.
A espuma foi colocada logo abaixo do teto, como terceira camada de um sistema de isolamento acústico indicado pelo Ministério Público e que deveria ter apenas gesso e cera em vidro. "O resto do isolamento ficou intacto, só a espuma pegou fogo", disse o delegado regional.
A Justiça gaúcha negou na quinta-feira pedido de liberdade de um dos donos da boate. A prisão temporária dos quatro suspeitos vence nesta sexta-feira. "Estamos analisando para ver como vamos pedir a prorrogação da prisão", afirmou o delegado.
Além de Kiko, estão presos outro sócio da boate, Mauro Londero Hoffmann, o cantor Marcelo de Jesus dos Santos e o auxiliar da banda Gurizada Fandangueira Luciano Bonilha.