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Garotinho nega ser examinado por médico designado pela Justiça

O juiz que decidiu pela sua prisão havia determinado no domingo que ele fosse visto por um médico nomeado por ele, um "profissional isento"

Garotinho: o juiz justifica sua decisão questionando a idoneidade do médico particular de Garotinho, o cardiologista Marcial Raul Navarrete Uribe (Renato Araújo/Agência Brasil)

Garotinho: o juiz justifica sua decisão questionando a idoneidade do médico particular de Garotinho, o cardiologista Marcial Raul Navarrete Uribe (Renato Araújo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de novembro de 2016 às 17h14.

Rio, 21 - Internado no Hospital Quinta D'Or, onde foi submetido neste domingo, 20, a uma angioplastia, o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PR) se recusou a ser examinado por um médico designado pela Justiça Eleitoral.

O juiz Glaucenir Oliveira, da 100ª Zona Eleitoral, que decidiu pela sua prisão, havia determinado no domingo que ele fosse visto por um médico nomeado por ele, um "profissional isento".

O juiz justifica sua decisão questionando a idoneidade do médico particular de Garotinho, o cardiologista Marcial Raul Navarrete Uribe.

Oliveira cita o fato de o médico ter sido excluído dos quadros do Ministério da Saúde este ano, por ter acumulado esta função com o serviço no âmbito estadual.

"Eles chegaram de madrugada e lamentavelmente, ele (Garotinho) não aceitou, exigiu a presença do advogado, o que foi inviável, por conta do horário. Foi uma decisão dele. Se eu estivesse lá, teria dito para ele fazer. Nada resiste à verdade. O perito já viu o vídeo do procedimento e o chefe da unidade coronariana deu acesso ao prontuário. Há doze anos ele tem mal-estar, dor no peito", disse Uribe à reportagem.

A respeito da informação sobre sua dupla função no serviço público, o médico explicou que entrou via concurso público para o antigo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps) em 1975; para os quadros da Secretaria Estadual de Administração passou em 1978.

"Na época isso era lícito. Depois passou a não ser, e cassaram minha aposentadoria. Estou no Superior Tribunal de Justiça lutando contra isso", contou o médico, que atende Garotinho há cerca de três anos, mas não o via há um ano, por isso o classifica como um "paciente bissexto".

Ele disse que foi chamado à carceragem da Polícia Federal na quarta-feira passada, quando Garotinho foi preso, e percebeu que seu quadro sugeria uma condição coronariana.

Uribe acredita que Garotinho poderia ter sofrido um enfarte agudo caso não tivesse sido transferido para o Hospital Quinta D'Or, que é particular e bem aparelhado; antes, ele passara pelo Hospital Souza Aguiar, que é público, e a unidade de saúde do sistema penitenciário, em Bangu.

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