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Garis da cidade de SP entram em greve por vacina contra covid-19

Segundo o Siemaco-SP, cerca de 17 mil trabalhadores da limpeza urbana aderiram à greve

 (SeongJoon Cho/Bloomberg)

(SeongJoon Cho/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de junho de 2021 às 17h15.

Última atualização em 8 de junho de 2021 às 17h21.

Trabalhadores da área de limpeza urbana de São Paulo entraram em greve nesta terça-feira, 8, paralisando serviços de varrição e coleta de lixo na cidade por 24 horas. A ação acontece em protesto pela vacinação da categoria contra a covid-19. Em frente à prefeitura de São Paulo, o grupo reivindicou prioridade na fila do imunizante contra o novo coronavírus.

"A categoria que nunca parou merece vacina, respeito e reconhecimento", disse o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo (Siemaco-SP) em publicação na página do Facebook. "Sem vacina, sem coleta", repetem os trabalhadores em vídeo.

Segundo o Siemaco-SP, cerca de 17.000 trabalhadores da limpeza urbana aderiram à greve. Com isso, de acordo com o sindicato, 18 toneladas de lixo deixaram de ser recolhidas na capital paulista. Como a paralisação é de 24 horas, os trabalhadores só voltarão a realizar a coleta na manhã desta quarta-feira.

Em nota, o Siemaco-SP e o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e Setor Diferenciado de São Paulo (STERIIISP), que representa os motoristas da limpeza urbana, alegam que "a medida enérgica é a única forma encontrada para chamar a atenção e o apoio da população e das autoridades". Citam ainda a falta de respostas às demandas do grupo e uma reunião "sem sucesso" realizada na segunda-feira, 7, com a secretária de Desenvolvimento Econômico do Governo do Estado, Patricia Ellen.

"Lembramos que o risco de contágio na limpeza urbana é alto, [haja] visto a forma de trabalho exercida por esses profissionais, seja na varrição das ruas, seja dentro dos caminhões de coleta, seja no recolhimento de grande quantidade de lixo infectado e outros postos de trabalho que, consequentemente, os deixam expostos diretamente ao vírus", complementa.

Em nota, a prefeitura de São Paulo informou que tem como foco vacinar toda a população, priorizando os setores mais vulneráveis. "Desde março deste ano, foram imunizados todos os coletores e profissionais que trabalham com Resíduos de Saúde (RSS) na capital", diz.

"A abertura de novos grupos depende da chegada de novas doses de vacina, enviadas pelo Ministério da Saúde aos estados, que repassam aos municípios. A Secretaria Municipal de Saúde acrescenta que segue o calendário definido pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) e o Programa Estadual de Imunização."

Já sobre a paralisação desta terça-feira, 8, a Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb) informa que não foi notificada formalmente sobre a greve e que vai tomar as medidas legais cabíveis. "Por se tratar de um serviço essencial, foi desrespeitada a lei geral de greve, que determina em seu artigo 13 a comunicação com 72 horas de antecedência para qualquer paralisação, além da exigência de que mantenha em operação equipes necessárias para atender a população, conforme o artigo 11 da mesma lei", diz.

O governo de São Paulo, por sua vez, informou que mantém constante diálogo com representantes da Siemaco-SP e da STERIIISP, com quem a secretária Patricia Ellen se reuniu, e ressalta que o Plano Estadual de Imunização (PEI) de São Paulo segue as diretrizes do Plano Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde para a definição dos públicos-alvo a ser imunizados. "No entanto, é fundamental que o Ministério da Saúde disponibilize mais vacinas para a ampliação da imunização e a inclusão de novos grupos", complementa.

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