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Galípolo diz que prepara novo modelo para financiamento imobiliário: 'Vai ser um processo longo'

Proposta capitaneada pelo Banco Central tem como objetivo destravar financiamento para compra da casa própria

Financiamento imobiliário: Gabriel Galípolo fala sobre transição para novo modelo no Brasil. (Evaristo Sa/AFP)

Financiamento imobiliário: Gabriel Galípolo fala sobre transição para novo modelo no Brasil. (Evaristo Sa/AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 8 de julho de 2025 às 14h52.

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O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, disse nesta terça-feira que a autoridade monetária prepara um modelo para dar nova alternativa à caderneta de poupança para o financiamento imobiliário. No entanto, segundo ele, o processo de transição será "longo".

"Estamos trabalhando para ver se a gente consegue fazer esse caminho de transição, do modelo antigo para um modelo novo. Não vai ser nada do dia para noite, vai ser um processo longo, a poupança está aí há muitos anos. Utilize a poupança para financiar esta transição para um modelo novo, que vai poder nos tornar mais parecido que a gente vê com nossos pares do ponto de vista do crédito imobiliário", disse durante reunião na Frente Parlamentar Empresarial (FPE).

Como mostrou o GLOBO, a proposta, que é capitaneada pelo Banco Central, já foi levada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pediu celeridade na formatação do novo modelo de financiamento habitacional. Em meio à queda da popularidade, Lula quer garantir recursos para a compra da casa própria pela classe média.

O objetivo é destravar o financiamento da casa própria para a classe média. Tendo isso em vista, o governo estuda o novo formato para ser usado na compra de imóveis de até R$ 1,5 milhão. As mudanças incluem flexibilizar o volume de recursos da poupança que fica retido no BC e criar um mecanismo para aumentar a atratividade dos contratos corrigidos pelo IPCA — índice oficial de inflação.

Participação da poupança no crédito imobiliário

Atualmente, os depósitos na poupança são a principal fonte de recursos para o crédito imobiliário, mas sua participação vem caindo junto com a redução no saldo da caderneta, em meio ao aumento do acesso da população a aplicações financeiras mais rentáveis.

"E a poupança é ainda hoje a principal fonte de recursos para financiar o mercado imobiliário. Mas como podemos ver aqui, a gente tem uma participação do financiamento do crédito imobiliário no PIB muito menor do que os nossos pares, como Chile, Tailândia, África do Sul, e México", disse Galípolo nesta terça-feira.

No fim de 2021, a poupança representava 46% do "funding" do financiamento habitacional contra 32% no encerramento do ano passado, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

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