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Fundos de 8 países abrem novo processo contra a Petrobras

É o segundo processo só este mês a entrar na Corte de Nova York contra a Petrobras e o quarto aberto por fundos


	Os fundos argumentam que compraram papéis da Petrobras entre janeiro de 2010 e janeiro de 2015 e tiveram perdas porque a empresa escondeu dos investidores informações sobre o esquema de corrupção
 (Pedro Lobo/Bloomberg News)

Os fundos argumentam que compraram papéis da Petrobras entre janeiro de 2010 e janeiro de 2015 e tiveram perdas porque a empresa escondeu dos investidores informações sobre o esquema de corrupção (Pedro Lobo/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2015 às 17h51.

Nova York - Fundos de investimento e de pensão de oito países, incluindo Canadá, Emirados Árabes, Coreia do Sul, Hong Kong, Austrália, e até uma associação de caridade dos Estados Unidos entraram com um novo processo contra a Petrobras na Corte de Nova York pedindo uma indenização pelos supostos prejuízos "bilionários", de acordo com o texto do documento, causados pela Operação Lava Jato aos investidores estrangeiros.

É o segundo processo só este mês a entrar na Corte de Nova York contra a Petrobras e o quarto aberto por fundos, que resolveram entrar com ações próprias e não participar de uma ação coletiva que corre na Corte e terá a primeira audiência dia 25 de junho.

Ao todo, desde dezembro, a Petrobras tem nove ações judiciais nos Estados Unidos ligadas à Operação Lava Jato.

O novo processo foi aberto na terça-feira, 19, mas só divulgado nesta quinta, 21, pela Corte e envolve vários fundos, principalmente ligados à gestora Aberdeen, que tem operações globais e cerca de US$ 500 bilhões sob gestão. Entraram no processo subsidiárias da gestora com sede, entre outros países, nos EUA, Canadá, Reino Unido e Austrália.

Além da Aberdeen, uma série de gestoras de outros países estão processando a Petrobras. Entre elas, a AAAID Equity Portfólio, dos Emirados Árabes, e a Myria Asset Management, com sede na França.

Vários fundos de pensão, que inclui a associação de professores da cidade de Alberta, no Canadá, da cidade de Devon, na Inglaterra, e o National Pension Service, da Coreia do Sul, também entraram no processo, que tem ainda uma associação de caridade chamada Mother Teresha Care and Mission, do Estado de Illinois, nos EUA, onde está Chicago.

Os fundos argumentam que compraram papéis da Petrobras na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) entre janeiro de 2010 e janeiro de 2015 e tiveram perdas porque a empresa escondeu informações dos investidores sobre o esquema de corrupção e pagamento de propinas. Quando elas se tornaram públicas, as ações despencaram e vieram os prejuízos "substanciais".

"Se os fundos investidores tivessem sabido de antemão dos problemas, não comprariam os ativos da Petrobras", afirma o texto do processo, que tem 202 páginas e é assinado pelos escritórios Kessler Topaz Meltzer & Check LLP e Stradley Ronon Stevez & Young LLP, ambos do Estado da Pensilvânia.

O balanço auditado da Petrobras do terceiro e quarto trimestre de 2014 é citado como evidência do esquema de corrupção. O texto cita as perdas com a Lava Jato e a reavaliação contábil ("impairment") da companhia que somam US$ 19,5 bilhões.

"Esta ação judicial tem origem por conta de um amplo esquema para canalizar bilhões de dólares em pagamentos de propinas para executivos na Petrobras", afirma o documento entregue na Corte pelos fundos.

No processo aberto agora o único réu é a Petrobras, ao contrário das ações anteriores, que incluíram executivos da empresa, como a ex-presidente Graça Foster, e bancos que cuidaram da emissão de papéis no mercado internacional, além de subsidiárias internacionais da petroleira.

Apesar de não ser citada como réu, o nome de Graça é mencionado várias vezes no documento, ressaltando que ela insistiu que a empresa era uma "líder mundial em transparência e governança", mas nada fez para comunicar o esquema de corrupção, que ficou escondido por anos.

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