Brasil

Fundo Soberano mostra que país está comprometido, diz Marina

Para a presidenciável, a decisão de se recorrer ao fundo, apesar do discurso otimista do governo, indica que há um "grave problema"


	Marina Silva (PSB): "o tempo todo é dito pelo discurso oficial de que está tudo bem, numa prática errática de não reconhecer os erros"
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Marina Silva (PSB): "o tempo todo é dito pelo discurso oficial de que está tudo bem, numa prática errática de não reconhecer os erros" (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2014 às 13h07.

A candidata pelo PSB ao Planalto, Marina Silva, disse nesta terça-feira que o uso de recursos do Fundo Soberano anunciado na véspera pelo governo é uma "clara" demonstração de que a atual gestão comprometeu a economia do país. Para a presidenciável, a decisão de se recorrer ao fundo, apesar do discurso otimista do governo, indica que há um "grave problema".

"O uso dos recursos do Fundo Soberano para socorrer as contas públicas do governo é uma demonstração clara de que de fato esse governo está comprometendo o desenvolvimento econômico do nosso país, a estabilidade econômica de nosso país", disse a candidata a jornalistas em Curitiba.

"O tempo todo é dito pelo discurso oficial de que está tudo bem, numa prática errática de não reconhecer os erros. Mas se por um lado o boletim medico é otimista, as intervenções são altamente preocupantes, numa demonstração clara de que temos um grave problema", afirmou.

Na segunda-feira, o governo federal reduziu pela metade sua previsão de crescimento da economia brasileira em 2014 a 0,90 por cento, ante 1,8 por cento na previsão anterior. A estimativa de receita líquida total foi reduzida em 10,5 bilhões de reais, motivo pelo qual o governo também anunciou que irá sacar 3,5 bilhões de reais do Fundo Soberano do Brasil (FSB).

"Para crescer é preciso que se reconheça os erros, que não se faça um discurso otimista quando na verdade há uma situação de preocupação a ponto de um fundo que foi criado para ser usado em situação de extrema gravidade agora está sendo utilizado", criticou Marina. A presidenciável aproveitou a entrevista para defender novamente a institucionalização da autonomia do Banco Central, alegando que essa era uma proposta de Eduardo Campos, candidato do PSB morto em acidente de avião em agosto, um "gesto forte" para resgatar a credibilidade e atrair investimentos.

"A falta de credibilidade a que chegamos no nosso país faz com que toda a vez que a presidente sobe nas pesquisas, as ações da Petrobras sejam desvalorizadas", disse, referindo-se às oscilações do mercado em relação à candidatura de sua principal adversária, a presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição pelo PT. O mercado financeiro, principalmente os investidores da Bovespa, tem reagido às pesquisas negativamente desde o fim de março quando a presidente apresenta melhora nas intenções de voto.

As ações de empresas estatais como as da Petrobras também têm reagido a pesquisas eleitorais, diante da expectativa do mercado de mudanças na administração da petroleira com um eventual novo governo.

Questionada novamente sobre sua permanência no PSB, legenda que a acolheu em outubro do ano passado após fracassar na tentativa de criar o partido Rede Sustentabilidade, Marina disse desconhecer que haja a "exigência" para que desista de sua sigla.

"Quando Eduardo Campos me convidou para ser sua vice, quando ele aceitou a minha filiação administrativa temporária, foi ele quem criou esse conceito. Eduardo Campos criou um conceito para que eu pudesse me filiar no PSB. Ele não exigiu que eu desistisse do meu partido", afirmou. "Se tem essa exigência da parte de alguém, eu desconheço." (Por Maria Carolina Marcello)

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