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Funcionários dos Correios fazem protesto em São Paulo -- greve continua

Em greve há três semanas, trabalhadores dos Correios pressionam o governo pela manutenção do acordo coletivo da categoria

Funcionários dos Correios durante manifestação em Brasília (Sintect DF/Divulgação)

Funcionários dos Correios durante manifestação em Brasília (Sintect DF/Divulgação)

CA

Carla Aranha

Publicado em 8 de setembro de 2020 às 07h00.

Última atualização em 8 de setembro de 2020 às 20h19.

Os funcionários dos Correios, em greve há três semanas, se preparam para uma manifestação nesta terça-feira, dia 8, em frente à sede da superintendência da empresa em São Paulo, na Vila Leopoldina. São esperadas centenas de pessoas. O ato deverá contar com a participação de sete sindicatos de trabalhadores da estatal. Os funcionários dos Correios também planejam a realização de carretas nos próximos dias.

A principal demanda da categoria é a continuidade do acordo coletivo firmado em 2019 com a empresa, que foi suspenso em razão da pandemia. Com isso, cerca de 70 cláusulas trabalhistas caducaram, entre elas a licença-maternidade de 180 dias, pagamento de adicional noturno,  auxílio-creche e indenização por morte. 

Os grevistas também são contra a privatização da estatal. O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentec), José Rivaldo da Silva, disse que o "governo busca a qualquer custo vender um dos grandes patrimônios dos brasileiros, os Correios". O sindicato também alega que a empresa prentende suprimir direitos dos trabalhadores.

No dia 1º de agosto, a direção dos Correios anunciou que o contrato coletivo não seria revogado em função da pandemia do coronavírus. A estatal obteve uma liminar farovável à medida no Supremo Tribunal Federal (STF). Em outubro de 2019, o Tribunal Superior do Trabalho deu parecer favorável ao reajuste de 3% nos salários dos funcionários da empresa e à manutenção das cláusulas do acordo coletivo até 2021. Com a pandemia, no entanto, mudaram as regras do jogo.

Os debates sobre a privatização dos Correios também estão ganhando força. Em meados de agosto, o governo anunciou que o projeto de lei referente à desestatização da empresa deve ser encaminhado em breve ao Congresso. O novo marco regulatório do setor propõe o fim do monopólio da estatal, da mesma forma como aconteceu com o segmento de gás natural -- a nova lei do gás, que abre o mercado para a concorrência privada, foi aprovada pelo Congresso no dia 1º de setembro.

A greve dos Correios deve continuar por prazo indeterminado. Segundo o sindicato dos trabalhadores, cerca de 100 000 funcionários, que correpondem a 70% da força de trabalho da estatal, decidiram paralisar suas atividades.

 

 

 

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