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Funcionários da Comperj não voltam ao trabalho

Houve confronto na entrada do empreendimento, apesar de o sindicato dos trabalhadores ter decretado o fim da greve


	Visão aérea das obras no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), da Petrobras
 (Frederico Bailoni/Petrobras)

Visão aérea das obras no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), da Petrobras (Frederico Bailoni/Petrobras)

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Da Redação

Publicado em 12 de março de 2014 às 19h16.

Rio - Apesar de o sindicato dos trabalhadores ter decretado o fim da greve de 40 dias no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), funcionários não voltaram nesta quarta-feira, 12, ao trabalho. Houve confronto na entrada do empreendimento. Operários atiraram pedras e policiais militares do Batalhão de Choque revidaram com bombas de efeito moral.

Cerca de 20 mil operários participaram de uma passeata de 10 quilômetros nas imediações do complexo, em Itaboraí, região metropolitana do Rio, segundo o comandante do 35º Batalhão da Polícia Militar (PM), tenente-coronel Fernando Salema.

Eles estão insatisfeitos com a negociação, ainda não concluída, de reajuste salarial conduzida pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil e Pesada, Montagem e Manutenção Industrial de São Gonçalo, Itaboraí e Região (Sinticom).

Parte dos trabalhadores também reclama não se sentir representada pelo sindicato. Consideram que o órgão tem posição patronal. A greve começou no início de fevereiro, inicialmente sem o respaldo do sindicato.

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 1ª Região considerou a greve abusiva há duas semanas e determinou a volta ao trabalho. Boa parte dos 29,2 mil operários do Comperj estão parados há cerca de 40 dias. Salema diz que entre 1 mil e 3 mil mantêm o serviço.

O conflito aconteceu por volta das 8h, em frente à entrada do complexo. Segundo o comandante, havia no local cerca de 10 mil manifestantes e 50 homens do 35º e do 12º Batalhões e do Choque. Os policiais guardavam a entrada do empreendimento. "Eles estavam muito exaltados e havia risco de depredação. Tivemos que reagir com bombas de efeito moral", disse.

Salema disse que, por força contratual, operários não podem entrar a pé, e sim nos ônibus oferecidos pelas construtoras responsáveis pelo empreendimento.

O comandante relatou que operários quebraram placas durante a caminhada, atearam fogo em mato, lançaram pedras os policiais e quebraram vidros do carro de som que organizava o movimento.

"O entendimento (para voltar ao trabalho) deixou de ser conosco. Agora, é por parte das empresas e da Petrobras", afirmou o presidente do Sinticom, Manoel Vaz. O sindicato que representa as empresas, Sindemon, não comentou.

A Petrobras também não se pronunciou ou disse se haverá atraso de cronograma. A primeira unidade de refino está prevista para ser inaugurada em 2015.

A proposta do sindicato era encerrar a greve e manter as negociações. A categoria quer reajuste salarial de 11,5% e elevação do vale alimentação para R$ 450. As empresas oferecem aumento de 7%, enquanto o Ministério Público do Trabalho, em uma reunião de conciliação, tentou elaborar proposta de 9%. Ambas são rejeitadas pelo sindicato.

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