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Funaro fala de "pacto de silêncio" com Joesley

Segundo o corretor, os dois fizeram o pacto quando a Lava Jato começou a mirar nele e no ex-deputado Eduardo Cunha, preso em Curitiba

Funaro: a preocupação do acionista da JBS teria aumentado após Funaro ter sido alvo da operação Catilinárias (Alexandre Schneider/VEJA)

Funaro: a preocupação do acionista da JBS teria aumentado após Funaro ter sido alvo da operação Catilinárias (Alexandre Schneider/VEJA)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de setembro de 2017 às 14h22.

Brasília - O corretor Lúcio Bolonha Funaro citou em seu depoimento ter feito um "pacto de silêncio" com o empresário Joesley Batista do Grupo J&F, dono da JBS.

O rompimento do compromisso firmado entre os dois, causado pela delação de Joesley, segundo Funaro, resultou na escolha pela colaboração premiada na qual aponta ilícitos praticados por integrantes do PMDB da Câmara.

Em depoimento do seu acordo juntado ao relatório da Polícia Federal sobre o "quadrilhão" do PMDB da Câmara, Funaro relata que os dois fizeram o pacto quando a Lava Jato começou a mirar nele e no ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba. O acordo, diz ele, previa que Joesley manteria sua família assistida enquanto durasse uma possível prisão.

De acordo com a PF, a preocupação do acionista da JBS teria aumentado após Funaro ter sido alvo da operação Catilinárias, em 15 de dezembro de 2015.

Em reunião realizada três dias após a operação, Joesley teria proposto um contrato de R$ 100 milhões para oficializar as dívidas e dar tranquilidade ao agora delator.

Funaro narra que por conta desses pagamentos ficou tranquilo porque acreditava que o empresário estava cumprindo o pacto e iria honrar os compromissos com sua família.

"Não passava pela cabeça do depoente que Joesley pudesse quebrar o pacto e delatar o depoente; Que essa sensação de segurança existia por conta dos pagamentos regulares feitos e por conta dos contatos feitos entre as duas famílias", diz Funaro no depoimento.

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