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Fumaça das queimadas já chegou a SP e chuva negra de 2019 deve se repetir

Fuligem vinda do Pantanal, misturada à poluição, pode ser vista no céu da capital paulista desde a noite de quinta-feira, 17

Amanhecer em meio à névoa é visto na capital paulista na manhã desta sexta-feira (18). Clima seco e queimadas na região do Pantanal prejudicam as condições do ar. (Bruno Rocha/Estadão Conteúdo)

Amanhecer em meio à névoa é visto na capital paulista na manhã desta sexta-feira (18). Clima seco e queimadas na região do Pantanal prejudicam as condições do ar. (Bruno Rocha/Estadão Conteúdo)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de setembro de 2020 às 12h51.

A fumaça das queimadas que atingem o Pantanal chegou ao Sudeste e notadamente à cidade de São Paulo, a exemplo do que ocorreu em agosto do ano de 2019 com o material particulado que veio da Amazônia. Na noite de quinta-feira, 17, uma fumaça mais espessa já era visível por toda a capital. A expectativa é em relação à possibilidade de "chuva negra" até o próximo domingo, 20, em todo o município.

"As condições atmosféricas trouxeram ventos de Centro-Oeste. Com a previsão de chuva para os próximos dias, é possível que ocorra uma 'chuva negra', ou seja, com fuligem, que vai ser facilmente observável sobre os carros’, explica o meteorologista da Climatempo João Basso. Dessa forma, o céu alaranjado é uma marca da chegada dessa poluição.

O fenômeno da "chuva negra" já ocorreu em algumas áreas do Rio Grande do Sul no fim de semana passado, e também foi visto na cidade de São Paulo em 19 de agosto de 2019. A diferença é que naquele momento as queimadas que se destacavam vinham do Norte, da Amazônia, e o fenômeno coincidiu com uma grande frente fria e grande precipitação sobre a cidade. A perspectiva é de que a chuva seja menos concentrada, mais próxima do que se vê no verão segundo Basso.

A perspectiva também é de que novamente o ciclo de ventos no Centro-Oeste leve a fumaça ao Sul do País. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informou que as imagens de satélite e os modelos de direção dos ventos mostram o movimento da poluição em direção a todos os Estados da região.

Conforme avaliação da Climatempo, também é possível que ocorra hoje um aumento da camada de fumaça sobre áreas do Rio de Janeiro, especialmente no centro-sul do Estado, incluindo a capital fluminense, e sobre o centro-sul de Minas e o Triângulo Mineiro.

Imagens de satélites da agência espacial americana (Nasa), desta semana, indicam que a fumaça provocada pelas queimadas no Pantanal e na Amazônia, no Brasil, já chega ao meio do Oceano Atlântico Sul e pode se aproximar rapidamente do continente africano. A condição meteorológica provocará queda na temperatura na próxima semana, mas há possibilidade de chuva prevista apenas para outubro no Centro-Oeste.

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