Brasil

Fraudes no Enem: Operação da PF investiga quadrilha que obteve R$ 3 milhões com crimes

Grupo simulava ambiente de inscrições do Enem e cobrava taxas indevidas, redirecionando os valores para empresas não autorizadas

Equipamentos apreendidos em operação da PF contra fraudes do Enem 2024  (Reprodução/PF)

Equipamentos apreendidos em operação da PF contra fraudes do Enem 2024 (Reprodução/PF)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 10 de julho de 2025 às 10h02.

Última atualização em 10 de julho de 2025 às 10h04.

A Polícia Federal (PF) realizou nesta quinta-feira, 10, a operação "Só Oficial", com objetivo de desarticular um esquema de fraudes online envolvendo o Enem 2024.

A ação resultou no cumprimento de dois mandados de busca e apreensão na cidade de Praia Grande (RJ), além do bloqueio de aproximadamente R$ 3 milhões movimentados pela quadrilha.

O grupo, segundo investigações, atuava durante o período de inscrições do Enem, entre 27 de maio e 14 de junho de 2024, ao criar sites falsos que simulavam o ambiente de inscrição do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Nesses portais, os candidatos eram induzidos a realizar pagamentos via Pix, acreditando estar efetuando a inscrição oficial na prova. No entanto, os valores eram direcionados a contas bancárias vinculadas a empresas privadas não autorizadas a realizar esse tipo de transação.

Além das páginas fraudulentas, a investigação revelou que o dinheiro arrecadado era processado por meio de uma fintech e uma conta-corrente de uma empresa envolvida no golpe.

De acordo com a PF, a mesma empresa já havia sido alvo de diversas reclamações online por cobranças indevidas. Um dos membros da quadrilha possuía pelo menos 15 registros criminais anteriores.

"Para além do prejuízo financeiro, os candidatos enganados que não realizaram inscrição válida no sistema oficial foram eliminados sumariamente do ENEM 2024 e se sujeitaram ao inevitável adiamento da realização do exame, que ocorre anualmente", afirmou a PF.

Como funcionava o golpe

A fraude foi detectada em maio de 2024, quando o Inep alertou sobre sites falsos que estavam imitando o sistema oficial de inscrições.

Os portais fraudulentos direcionavam os candidatos a uma seção de pagamentos, onde as vítimas acreditavam estar realizando a inscrição para a prova. Quando o Inep divulgou os locais de prova por e-mail, muitos candidatos se deram conta do golpe, pois não receberam a notificação.

As vítimas relatam que os pagamentos foram feitos a uma empresa de serviços financeiros para comerciantes digitais, o que lhes causou a falsa impressão de que estavam lidando com uma empresa terceirizada oficial.

No entanto, o pagamento oficial da inscrição no Enem deve ser feito exclusivamente por meio de um boleto bancário do Banco do Brasil, emitido pelo Inep, ou por Pix, mas com o nome do remetente sendo sempre o "Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira" (Inep).

O esquema se repetiu no início deste ano, quando novos sites fraudulentos começaram a ser divulgados, oferecendo inscrições para o Enem 2025 antes do período oficial.

A PF foi novamente acionada e solicitou ao Google a remoção dos conteúdos ilegais.

Acompanhe tudo sobre:EnemFraudesMEC – Ministério da Educaçãogolpes financeiros

Mais de Brasil

Tarcísio tem 46% das intenções de voto no 1º turno ao governo de SP em 2026, diz GERP 

Congresso pede para STF manter derrubada de aumento do IOF

'Brasil com S de Soberania': Governo lança campanha após tarifaço de Trump

Tarcísio se reúne com chefe da Embaixada dos EUA: 'É preciso negociar'