Campinas: rede, que conta com mais de 150 unidades no País, é investigada por suposto desvio de R$ 300 milhões em sonegação de impostos (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 27 de fevereiro de 2014 às 20h19.
Campinas - Uma operação conjunta da Receita Federal, da Polícia Federal e do Ministério Público, em cumprimento a cinco mandados de busca e apreensão, recolheu, em Campinas, na quarta-feira, 26, cerca de 200 caixas de documentos, computadores, além de US$ 50 mil e R$ 50 mil em um grupo de escolas técnicas e profissionalizantes na área de Informática e idiomas. A rede, que conta com mais de 150 unidades no País, é investigada por suposto desvio de R$ 300 milhões em sonegação de impostos.
Denominada Avaritia, que em latim significa desejo excessivo por bens e riquezas, a operação resultou em ações feitas em três unidades do grupo em Campinas, no shopping Jaraguá, e duas em São Paulo, em local não informado. Segundo divulgado por publicação da cidade, o estabelecimento investigado seria a Rede Microcamp, já que a sede do grupo fica no local onde o mandado foi cumprido. A Polícia Federal, porém, alega que a investigação corre sob sigilo e não confirma a informação.
Iniciada pela Receita Federal em agosto e depois efetuada em parceria com a Polícia Federal, a operação investiga crimes contra o Sistema Tributário Nacional, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e associação criminosa, cujas penas podem atingir mais de 21 anos de prisão.
Segundo informações da Polícia Federal, para driblar o Fisco, o grupo criava unidades com CNPJ próprio, o que fazia com que o lucro fosse diluído e a tributação fosse menor. A investigação aponta que nos últimos cinco anos, cinco empresas do grupo teriam sonegado tributos como o Imposto de Renda Pessoa Jurídica, recolhimento de PIS/Cofins e contribuição previdenciária. Além disso, segundo a PF. Há, também, indícios de desvio de recursos para empresas de fachada.
De acordo com a delegada da receita Federal, Estella Beraquet, a situação das empresas é muito delicada, já que o grupo se utiliza muitas vezes de 'laranjas' para não configurar que é o principal sócio. Segundo ela, no momento das buscas já foi possível verificar indícios de diversos crimes.