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França defende venda de caças ao Brasil, mas Dilma mantém operação suspensa

Motivo da suspensão foram os cortes de gastos orçamentários que governo adotou em virtude da crise econômica mundial

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2011 às 18h02.

Brasília - O primeiro-ministro da França, François Fillon, defendeu nesta quinta-feira, num encontro com a presidente Dilma Rousseff, um potencial contrato comercial dos aviões franceses Rafale, que competem com outros modelos internacionais numa licitação convocada pelo Brasil, mas suspensa no momento.

'Sabemos das necessidades de um reforço da capacidade aérea' e das prioridades do Brasil em segurança fronteiriça, por isso, o governo brasileiro 'sabe que pode contar com propostas francesas em todas essas áreas' e com a transferência de tecnologia que exigem, declarou Fillon numa clara alusão aos caças Rafale.

Dilma, por sua vez, também tocou no assunto de forma tangencial e afirmou que 'a área de defesa é um dos pilares' da relação entre os dois países.

A presidente disse que o Brasil busca 'construir uma verdadeira indústria nacional de defesa' e declarou que conta com a França para isso.

Embora os dois líderes tenham mencionado as negociações sobre os Rafale de forma indireta, fontes oficiais brasileiras disseram à Agência Efe que esse foi um dos pontos tratados durante uma reunião privada.

Segundo as fontes, Fillon defendeu os Rafale, da empresa francesa Dassault, que participam de uma licitação da Força Aérea Brasileira (FAB) para a compra de 36 caças. Os rivais dos aviões franceses são os americanos Super Hornet F/A-18 (Boeing) e os suecos Gripen NG (Saab).


Dilma, no entanto, reiterou que a operação se mantém suspensa devido aos cortes de gastos orçamentários que seu governo adotou em virtude da crise econômica mundial, mas não descartou que a decisão possa ser tomada em 2012.

Até o ano passado, os Rafale pareciam ser os favoritos, sobretudo depois de o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciar, em setembro de 2009, uma 'sociedade estratégica' com a França no domínio aeronáutico.

Na ocasião, Lula e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, assinaram acordos para a compra de cinco submarinos, um deles de propulsão nuclear, e 50 helicópteros de transporte de tropas.

Durante a visita de Sarkozy, Lula anunciou sua decisão de 'abrir negociações' com a Dassault para a compra dos Rafale, mas no dia seguinte o governo esclareceu que isso também valia para as empresas Saab e Boeing.

A França ainda não conseguiu vender os Rafale a outro país e o modelo poderia até mesmo deixar de ser fabricado se não houver contratos, admitiu recentemente o ministro da Defesa francês, Gérard Longuet.

Fillon iniciou nesta quinta-feira uma visita oficial ao Brasil, que começou em São Paulo, onde se reuniu com o governador Geraldo Alckmin. Nesta sexta-feira, ele estará no Rio de Janeiro, onde depositará flores no monumento de memória às 228 pessoas que morreram em 2009 no acidente do avião da Air France que ia do Rio a Paris. 

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