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Foto de ato anti-Bolsonaro em SP que circula nas redes não foi manipulada

Em falsa checagem, páginas de apoio a Bolsonaro acusaram a mídia de usar imagens que, "na verdade" seriam do carnaval de 2017

Muitas publicações compartilhadas nas redes sociais espalham desinformação (ViewApart/Thinkstock)

Muitas publicações compartilhadas nas redes sociais espalham desinformação (ViewApart/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de setembro de 2018 às 23h16.

Última atualização em 30 de setembro de 2018 às 23h58.

São Paulo - Há uma novidade no universo da desinformação. Além dos conteúdos enganosos e fora de contexto que circulam nas redes, começam a ganhar impulso as supostas "checagens" que apontam montagens e manipulações onde elas não existem. É a falsa verificação de dados.

Esse conteúdo falsificado procura imitar o formato dos desmentidos feitos por agências de checagem de fatos e outros serviços de verificação que seguem metodologia rigorosa em suas análises.

Mas as semelhanças se limitam à aparência: em vez de buscar a verdade, essas publicações procuram fomentar a desinformação.

Um exemplo dessa nova modalidade pôde ser visto nas últimas horas, quando circularam pelo WhatsApp e pelas redes sociais postagens colocando em dúvida a veracidade das fotografias que ilustraram reportagens sobre o protesto contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL) realizado no Largo da Batata neste sábado, 29.

Ao contestar a existência da multidão retratada nas fotos, que lotou o Largo e os arredores, simpatizantes de Bolsonaro acusaram a "mídia podre" de usar imagens que, "na verdade", seriam do carnaval de 2017, quando o local recebeu milhares de foliões.

A falsa checagem foi amplamente compartilhada nas redes bolsonaristas, entre elas na página "Bolsonaro Opressor", que tem cerca de 1,2 milhão de seguidores.

O boato ganhou tamanho impulso que, no fim de semana, acabou levando para a lista das reportagens mais lidas do Estadão o texto intitulado "Saiu do nosso controle, diz secretário sobre pré-carnaval em Pinheiros", de 20 de fevereiro de 2017.

A reportagem em questão fala da superlotação de foliões no Largo da Batata, na época, e é ilustrada por uma foto do local.

As falsas checagens obviamente desconsideraram elementos básicos da realidade ao acusar a suposta manipulação. As únicas semelhanças entre a foto de 2017 e as de agora são o ângulo em que foram feitas e a existência de uma multidão.

Os "detalhes" como bandeiras de partidos e movimentos sociais, além do carro de som e das faixas contra Bolsonaro, foram devidamente ignorados. Esse fato, por sinal, foi apontado em comentários nas postagens dos espalhadores de boatos. Bom sinal.

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