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Fortes ironiza cobiça pelo Ministério das Cidades

Fortes observou que a situação era bem diferente quando o ministério podia ser considerado um "patinho feio"

Ministério se tornou alvo de uma disputa que envolve pelo menos quatro partidos da base governista (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

Ministério se tornou alvo de uma disputa que envolve pelo menos quatro partidos da base governista (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2010 às 18h35.

O ministro das Cidades, Márcio Fortes (PP), ironizou hoje a cobiça dos partidos pela pasta no futuro governo Dilma Rousseff. Anabolizado nos últimos anos por projetos como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida, o ministério se tornou alvo de uma disputa que envolve pelo menos quatro partidos da base governista: PT, PSB, PMDB e o próprio PP que tenta manter o controle. 

Fortes, que no fim do governo Luiz Inácio Lula da Silva completará quase cinco anos e meio no cargo, observou que a situação era bem diferente quando o ministério podia ser considerado um "patinho feio". "Eu fico muito honrado em que haja tantos candidatos. Outro dia o senador (Francisco) Dornelles, que é o presidente do partido (PP), brincando, usando uma expressão carioca, disse que toda torcida do Flamengo quer ser ministro das Cidades. Isso revela realmente o seguinte: patinho feio ninguém quer. O ministério cresceu."

Ao participar da 58ª reunião geral da Frente Nacional dos Prefeitos, em Belo Horizonte, o ministro disse que nos próximos quatro anos estão previstos investimentos da ordem de R$ 121,7 bilhões do Minha Casa, Minha Vida, R$ 30 bilhões de obras de urbanização, além de R$ 18 bilhões para a mobilidade urbana, previstas no PAC 2.

Para Fortes, outra vantagem que atrai o assédio dos políticos é a relação direta com a sociedade. "É um ministério que tem uma diferença. Você entrega a chave e sabe para quem está entregando a chave", afirmou. "Um ministério municipalista por essência e atomizado com cada cidadão brasileiro. É por isso que todos querem entrar nesse filão, que é da relação direta com a população."

'Xodó'

Embora tenha demonstrado resignação em deixar o cargo, o ministro disse que o PP continua na disputa pela pasta. O apoio não formal do partido a Dilma, segundo ele, não pode ser usado contra a legenda porque a grande maioria dos diretórios estaduais apoiaram "plenamente" a petista.

"Eu sempre, desde o primeiro momento, coloquei o meu apoio a ela", disse. "Sou da regra do Zeca Pagodinho: 'Deixa a vida me levar'. Nunca pedi nada, nunca pleiteei nada. Se alguém se lembrar de mim, muito bem, se não se lembrar ótimo, tenho muitas alternativas na vida."

Segundo Fortes, a presidente eleita tem um "xodó especial" pelo Ministério das Cidades e o mais importante é que o futuro ministro tenha currículo, competência e experiência na matéria. "O PP também quer manter o ministério. Todos os partidos querem o ministério. É uma questão de análise agora da montagem política que se faz sobre o assunto."

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