Em Alagoas, mais de mil famílias tiveram de deixar as suas casas por causa das chuvas (Mario Tama/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 29 de maio de 2017 às 10h37.
Recife - As fortes chuvas que atingiram os Estados de Pernambuco e Alagoas nos últimos dias já causaram mortes, desabamentos e muito prejuízos. O governo de Pernambuco decretou estado de calamidade em 13 municípios da Zona da Mata Sul.
Em Alagoas, o governador Renan Filho decretou situação de emergência na capital, Maceió e no município de Marechal Deodoro, na região Metropolitana.
Em Pernambuco, a Defesa Civil confirmou a notificação duas mortes e um desaparecimento no Agreste do Estado. Os óbitos aconteceram no município de em Lagoa dos Gatos.
A notificação do desaparecimento de um jovem FOI em Caruaru. Ainda segundo a Defesa Civil, cerca de 5 mil pessoas estão desalojadas no Estado. Nos últimos dois dias, segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima, choveu 140 milímetros.
"As previsões apontam que as chuvas devem continuar com intensidade nos municípios da Mata Sul. Duzentos homens já foram enviados para dar suporte as equipes de defesa civil dos municípios. Também já enviamos dois caminhões com alimentos e lonas", relatou o governador Paulo Câmara, que fará um sobrevoo nesta tarde nos principais municípios atingidos.
Em 2010, quando houve uma grande enchente na região da Mata Sul, o volume de chuvas acumulado em três dias foi de 180 milímetros.
Segundo o secretário de Planejamento e Gestão de Pernambuco, Marcio Stefanni, o Estado está monitorando todas as áreas e observando a situação das escolas e dos hospitais da Mata Sul e do Agreste.
"Hoje, a infraestrutura da Mata Sul está melhor do que em 2010. A quantidade de água é muito grande, mas a barragem de Serro Azul acumulou algo em torno de 15 milhões de metros cúbicos de ontem (sábado) para hoje (domingo). Então, barragem está operacional e, se não fosse ela, cenas seriam piores. Serro Azul está com apenas 10% da capacidade", ressaltou o secretário.
De acordo com o secretário executivo da Defesa Civil, Tenente Coronel Fabio Rosendo, as cidades em situação mais crítica são Rio Formoso, Ribeirão, Água Preta, Palmares, Catende, Maraial, São Benedito do Sul e Belém de Maria.
Em Alagoas, mais de mil famílias tiveram de deixar as suas casas por causa das chuvas. Na capital, Maceió, há 212 famílias desabrigadas e outras 650 desalojadas (tiveram de buscar abrigo em casa de amigos ou parentes).
A Defesa Civil do Estado confirmou a ocorrência de quatro mortes, provocadas por deslizamentos. Outras quatro pessoas estão desaparecidas.
O número de feridos já passa de 50. As chuvas causaram deslizamentos de barreiras, elevação de rios e alagamentos na capital e interior.
Há registros de desalojados na capital e em outras três cidades da Grande Maceió: Marechal Deodoro (250 famílias desabrigadas), Pilar (30 desabrigadas e 35 desalojadas), Atalaia (200 desalojadas). O governador Renan Filho decretou situação de emergência em Maceió e Marechal Deodoro, na região Metropolitana.
As prefeituras dos municípios de Pilar e Rio largo também decretaram emergência. Em Paulo Jacinto, o prefeito decretou estado de alerta.
Segundo o governo, os municípios mais atingidos pelas chuvas são: Atalaia, Jacuípe, União dos Palmares, Marechal Deodoro e Murici.
De acordo com a Sala de Alerta da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), o nível dos Rios Paraíba e Mundaú permanece elevado, embora tenha se estabilizado.
A preocupação maior é com o Mundaú, porque chove com intensidade nos municípios pernambucanos de Correntes e Canhotinho, onde ficam as cabeceiras do rio.
Os especialistas também estão de olho nos níveis das lagoas Mundaú e Manguaba, que mesmo com a diminuição das chuvas permanecem a acumular água pelos próximos três dias, afetando diretamente os municípios de Marechal Deodoro e Pilar.