Redação Exame
Publicado em 28 de maio de 2024 às 07h05.
O Ministério da Educação homologou nesta segunda-feira (27) suas novas diretrizes para cursos de formação de professores. A principal mudança é que o ensino à distância (EAD) só vai poder ocupar, no máximo 50% da carga horária. Assim, as faculdades deverão oferecer ao menos metade do curso no modo presencial. Ou seja, das 3.200 horas, em cursos com duração de 4 anos, 1.800 devem ser presenciais.
O anúncio da MEC era esperado com interesse por especialistas do setor em razão do aumento na oferta de cursos de pedagogia por universidades com notas ruins em avaliações do MEC, além do forte crescimento de cursos de licenciatura EAD. Falando especificamente dos futuros professores, as matrículas na modalidade EAD representam quase 40% do total no país.
Apesar de ser uma resolução relevante, entidades do setor da educação acreditam que documento tem pouco impacto efetivo. Isso acontece porque as diretrizes curriculares têm papel de "orientar e nortear mudanças nos currículos", além de impactar mecanismos de avaliação e regulação dos cursos, como o Enade, mas não têm o poder de impor uma mudança imediata.
De acordo com dados da ONG Todos Pela Educação, de 2002 a 2022, o índice de professores que se formaram em cursos de licenciatura à distância, em faculdades particulares, saltou de 28,2% para 60,2%. Mesmo com o avanço do EAD no país, principalmente por causa do período da pandemia, o desempenho dos alunos dessa modalidade era inferior ao dos estudantes que fizeram o curso presencial.