PCC: Para André Costa, o estado não vai conseguir combater o crime organizado isoladamente e é necessário um trabalho federalizado (Reprodução/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 20 de fevereiro de 2018 às 14h36.
O envio da força-tarefa não tem ligação com nenhum fato isolado, disse o secretário de Segurança do Ceará, André Costa, sobre a equipe do Ministério da Justiça que está em Fortaleza para ajudar a combater o crime organizado. Ele negou que a ação tenha sido motivada pela morte de dois homens apontados como líderes do PCC, no último final de semana.
O secretário deu entrevista sobre os trabalhos da força-tarefa, que inclui 36 policiais para auxiliar nas operações de inteligência no Estado. O coordenador da equipe e secretário-adjunto da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp/MJ), almirante Alexandre Mota, também estava na coletiva.
De acordo com o secretário André Costa, a força-tarefa faz parte de um projeto-piloto feito em parceria com o governo federal, que vem sendo articulado desde dezembro do ano passado. Para o secretário, a presença de facções criminosas é uma realidade que ultrapassa as divisas do estado.
"Um estado não vai conseguir combater essa problemática isoladamente. É preciso participação da União. Precisamos desse trabalho federalizado, porque dependemos de muitas informações que estão em poder de outros estados e das forças federais."
Costa disse que o projeto-piloto leva em conta o contexto que o Ceará tem enfrentado na área da segurança pública. No entanto, além do número recorde de homicídios ocorridos em 2017 - que ultrapassou cinco mil - o estado registrou episódios violentos brutais nas últimas semanas. No fim de janeiro, 14 pessoas foram mortas em uma casa de shows na periferia de Fortaleza, e dez detentos morreram durante conflito em uma cadeia pública. Nos dois crimes, houve indícios da participação de facções criminosas.