Sede do Banco Central, em Brasília
Da Redação
Publicado em 16 de março de 2011 às 20h58.
Brasília - A Força Sindical criticou a elevação da taxa Selic, o juro básico da economia brasileira, de 11,25% para 11,75% ao ano. "Esta decisão desastrosa do governo, somada ao corte bilionário no Orçamento e ao novo valor do novo mínimo, sem reajuste real, caminha na contramão do desenvolvimento econômico com distribuição de renda", diz o texto assinado pelo presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP). O material ressalta, ainda, que o governo "subiu, em apenas 60 dias, duas vezes a taxa básica de juros, criando um cenário extremamente adverso à produção e à geração de emprego e renda".
Para a Força Sindical, há "uma miopia econômica voltada para os interesses apenas dos integrantes da ponta da pirâmide social" e que "ao elevar a taxa Selic, o governo, mais uma vez, atende os interesses do capital especulativo, com uma clara demonstração de que o espírito conservador continua orientando a política monetária nacional".
A CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil) também divulgou nota sobre a elevação da Selic e classificou a decisão do Copom como "lastimável". "Além significar o atrofiamento da capacidade de investimento produtivo do país e do crescimento econômico, a decisão do Copom demonstra que o governo não está nem um pouco interessado em cortar gastos desnecessários, pois o aumento dos juros representa mais dinheiro desperdiçado com a especulação", destaca o texto da CGTB.
"Cabe a nós, trabalhadores, intensificarmos a luta para retomar o caminho do desenvolvimento, que pelo visto foi abandonado pela equipe econômica do governo, com o objetivo de preservarmos a geração de empregos, o aumento da massa salarial e o fortalecimento do mercado interno", ressalta a nota, assinada pelo presidente da CGTB, Antonio Fernandes dos Santos Neto.
ACSP
O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alencar Burti, avaliou que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) foi "a mais razoável possível". "Entendo que foi a medida mais razoável possível tendo em vista as pressões inflacionárias", afirmou Burti, em nota. "Agora é preciso que a presidente Dilma Rousseff resista às pressões dos partidos por mais gastos, para que ela possa fazer uma administração austera reduzindo os gastos da máquina pública, que é uma boa maneira de combater a inflação."