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Força Nacional é positiva, mas insuficiente, diz secretário do RS

Em agosto, o estado recebeu reforço de 136 membros da Força para conter uma onda de violência em Porto Alegre

Força Nacional: o principal impacto é fazer as pessoas se sentirem mais seguras (Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Força Nacional: o principal impacto é fazer as pessoas se sentirem mais seguras (Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de janeiro de 2017 às 08h13.

São Paulo - Os Estados têm avaliações diversas sobre o que a Força Nacional pode representar de ajuda em um momento de crise. "A Força Nacional é positiva, mas insuficiente", afirmou o secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Cezar Schirmer, que, desde que assumiu a pasta, há quatro meses, dispõe da ajuda da tropa especial.

Em agosto, o Estado recebeu reforço de 136 homens e mulheres da Força para conter uma onda de violência em Porto Alegre.

Estopim da crise, uma mulher de 44 anos havia sido assassinada na frente da filha, enquanto esperava o outro filho sair de uma escola - episódio que marcou a demissão do secretário anterior.

Na visão de Schirmer, o principal impacto é fazer as pessoas se sentirem mais seguras, embora a atuação seja limitada e o efetivo, pequeno. "Ela dá para a população a percepção de mais segurança", disse. "Minha convicção é que a percepção negativa é maior do que a insegurança real. A insegurança é grande, mas a percepção é muito maior."

Schirmer disse contar agora com 71 agentes. "Como eles não trabalham 24 horas, na verdade se transformam em 20 e poucos. A presença é positiva, eles vêm com viaturas, equipamentos, têm presença ostensiva, efetividade boa, mas eu gostaria que o efetivo fosse maior", afirma o secretário. "Não são os 71 que vão mudar a realidade."

A professora da Universidade Federal Fluminense Jacqueline Muniz concorda. "Tem se usado muito (a tropa federal) e para qualquer coisa. Quando o Estado está em uma situação de penúria, espera que a tropa chegue e ali fique. Agora, o que cem integrantes podem fazer para mudar a realidade local?", indaga.

"O impacto na cobertura populacional e territorial é baixíssimo. Vinte fulanos patrulhando não representam nem um destacamento policial, quiçá uma companhia."

O Ministério da Justiça autorizou na segunda-feira a permanência da tropa em Natal, no Rio Grande do Norte, por mais 60 dias. A cidade, juntamente com Porto Alegre e Aracaju, deve ser uma das primeiras beneficiadas pela chegada de uma equipe permanente da Força, no âmbito da implementação do Plano Nacional de Segurança. Para as autoridades potiguares, o apoio é necessário.

"A Força Nacional é imprescindível para concluirmos medidas que estamos adotando. É importante deixar claro que a Força tem atuado nas áreas mais críticas", disse o secretário de Segurança, Caio Bezerra.

As medidas, exemplifica ele, consistem em lançamento de concursos para as polícias, bombeiros e o serviço de perícias, diante do déficit de pessoal.

Pagamento.

Atendido 16 vezes pela tropa federal nos últimos 12 anos, Mato Grosso do Sul cobrou maior participação da União para enfrentar a criminalidade e administrar os mais de 16 mil presos em unidades do Estado.

O governo cobra maior patrulhamento federal - Paraguai, com 1,1 mil km de fronteira, e Bolívia, com 386 km, são vizinhos - para combater a entrada de drogas.

A administração informou ao Estado gastar aproximadamente R$ 130 milhões por ano com cerca de 6 mil detentos que respondem ou foram condenados por tráfico de drogas.

Na visão do Executivo, os custos da manutenção dessa população prisional, que representa 41% do total, deveriam ser bancados pelo governo federal, "pela natureza do crime". O ministério não comentou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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