Flávio Rocha, presidente da Riachuelo e candidato ao Planalto em 2018 (Flávio Rocha/Facebook/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de março de 2018 às 12h12.
Última atualização em 27 de março de 2018 às 16h05.
Brasília - O empresário Flávio Rocha, dono da Riachuelo, decidiu se filiar ao PRB, partido ligado à Igreja Universal, para tentar viabilizar uma candidatura pelo partido à Presidência da República.
A decisão foi tomada nesta terça-feira, 27, após reunião entre ele, dirigentes e deputados federais da legenda em Brasília. Rocha, que era filiado ao PR, assinará a ficha de filiação ao PRB ainda nesta terça.
A filiação é mais um sinal de dispersão da atual base de apoio do presidente Michel Temer (MDB), que na semana passada admitiu em entrevista que pretende concorrer à reeleição em outubro.
Rocha já vinha conversando com o PRB desde o ano passado. No último sábado, 24, ele se reuniu com o líder da legenda na Câmara dos Deputados, Celso Russomano (SP), para fechar os detalhes finais da negociação. O encontro aconteceu na casa do empresário, na capital paulista. Faltava apenas o encontro de hoje para que pudesse bater o martelo.
Nos primeiros encontros com Rocha, o PRB afirmou que o foco da sigla para as eleições deste ano não era eleger presidente da República e, sim, uma grande bancada no Congresso Nacional. Mas não fechou as portas para a candidatura ao Planalto. Disse que, se o empresário se viabilizar nas pesquisas de intenção de voto, o partido pode vir a bancar a candidatura dele.
Embora o empresário negue interesse em ser candidato a vice, integrantes da cúpula do PRB dizem que, se ele não se viabilizar nas pesquisas, o partido o oferecerá como candidato a vice-presidente na chapa de algum candidato do campo conservador, entre eles, o senador Álvaro Dias (Podemos), do deputado Jair Bolsonaro (PSL) ou até do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM).
Com a anunciada candidatura de Rocha, aumentam o número de pretensos postulantes ao Planalto que orbitam no campo do centro para a direita: além dele e Temer, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o deputado Jair Bolsonaro (PSL).
Na última sexta-feira, 23, Flávio Rocha já tinha comunicado ao mercado que deixará a diretoria da Guararapes Confecções, grupo que administra a Riachuelo, para concorrer à Presidência nas eleições deste ano. Ele só exercerá suas funções no cargo que ocupa até o término de seu mandato, no final de abril, informou a empresa em nota.
"Em razão do tempo a ser depreendido no exercício das atividades de candidato à Presidência da República, a companhia informa (...) que Flávio Gurgel Rocha não será indicado para reeleição ao cargo de diretor de Relação com Investidores", disse a empresa, por meio de comunicado.
Como mostrou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, na segunda-feira, 26, o mais cotado para substituir Rocha no cargo de diretor de Relações com Investidores da Guararapes é Tulio Queiroz, diretor financeiro do Guararapes Confecções. A eleição oficial dele para deve se dar durante reunião do conselho de administração da companhia prevista para 27 de abril.