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Flávio Rocha lança movimento na Câmara e defende "privatização radical"

Pré-candidato cita também que a possibilidade de vender empresas públicas renderia US$ 600 bilhões a US$ 700 bilhões aos cofres públicos

Flávio Rocha: "O Brasil não consegue bancar um Estado que é metade do tamanho da economia" (Rodrigo Capote/Bloomberg)

Flávio Rocha: "O Brasil não consegue bancar um Estado que é metade do tamanho da economia" (Rodrigo Capote/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de junho de 2018 às 17h36.

Brasília - Flávio Rocha (PRB), ex-presidente do grupo que controla as lojas Riachuelo, participou de um evento na Câmara em que lançou aos parlamentares seu nome como pré-candidato à Presidência.

Diretamente ligado ao setor empresarial, prometeu defender a "privatização radical" em eventual governo, inclusive da Petrobras. Após evento com cerca de 30 pessoas, Rocha desconversou sobre abdicar da corrida presidencial em prol de uma candidatura única de centro.

A venda da Petrobras, argumenta o empresário, "vai evitar a ineficiência do monopólio estatal" e, assim, criará condições para a concorrência no mercado. É esse cenário que permitirá combustíveis mais baratos, disse, ao classificar como "justa" a reclamação dos caminhoneiros sobre o preço do diesel.

Rocha defende que a venda de estatais permitirá "reduzir bastante" o tamanho do Estado que consome o equivalente a quase metade do tamanho da economia brasileira.

Para o empresário, seria possível reduzir o Estado para algo entre 20% e 25% do Produto Interno Bruto (PIB). "O Brasil não consegue bancar um Estado que é metade do tamanho da economia".

Ele cita também que a possibilidade de vender empresas públicas renderia US$ 600 bilhões a US$ 700 bilhões aos cofres públicos e que esse dinheiro seria gasto com quem "realmente precisa".

O discurso de Rocha usa como principal argumento que esse movimento representa 98% da população que paga impostos em contraponto aos 2% restantes que, segundo o presidenciável, seria privilegiada pela máquina pública.

"As decisões do Estado devem ser em função do que é melhor para o aluno da rede pública, para o paciente do hospital e não para as corporações", defendeu.

Para além da privatização e redução do tamanho do Estado, o empresário ligado ao PRB defende a adoção de uma programação orçamentária com base zero, a reforma da Previdência e o redesenho do Estado, o que permitiria destinar mais recursos para a saúde, educação, Justiça e polícia, diz ele.

A solenidade na Câmara lançou a Frente Parlamentar Brasil 200, grupo de empresários que defende um Estado enxuto e sem burocracias. Rocha é um dos fundadores do grupo. A frente mista contou com mais de 230 assinaturas, entre deputados e senadores.

Entre os parlamentares que participaram da solenidade, estavam o vice-líder do governo, deputado Darcísio Perondi (MDB-RS), além dos deputados Jerônimo Goergen (PP-RS), que é o presidente da frente, Índio da Costa (PSD-RJ), Lelo Coimbra (MDB-ES) e Celso Russomanno (PRB-SP), e o senador Eduardo Lopes (PRB-RJ). O ex-ministro da Indústria e Comércio Marcos Pereira, presidente licenciado do PRB, também estava presente.

Entre os empresários que foram apoiar a frente e a pré-candidatura de Rocha, estavam Edgard Corona, dono da marca de academias Smartfit, Sebastião Bonfim, dono da rede de calçados Centauro, e João Appolinario, presidente e fundador da Polishop.

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