Dino também anunciou que o governo federal já confiscou 114 fuzis e 1.146 pistolas em 2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 9 de maio de 2023 às 13h47.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou nesta terça-feira que há uma "intersecção" entre alguns colecionadores, atiradores e caçadores, os chamados CACs, e o crime organizado.
— Em relação aos CACs também ocorreu isso [casamento entre narcotráfico e milícia]. Criminosos viraram CACs e CACs se associaram ao crime organizado. A imensa maioria dos CACs não comete crimes, e temos alguns CACs que estão a serviço de organizações criminosas — afirmou o ministro da Justiça em audiência pública na Comissão de Segurança Pública do Senado.
Dino também anunciou que o governo federal já confiscou 114 fuzis e 1.146 pistolas em 2023. No ano inteiro de 2022, foram apreendidos 12 fuzis e 135 pistolas. Parte dessas apreensões foram feitas pela Operação Day After, que foi deflagrada pela Polícia Federal logo após o fim do recadastramento das armas dos CACs.
A PF foi atrás dos atiradores e colecionadores que tinham a posse de armas autorizada pelo Exército, mas eram alvos de mandados de prisão em aberto por variados crimes, como tráfico de drogas, homicídio, roubo e corrupção. Na ocasião, mais de 50 CACs acabaram sendo presos.
Dino disse que a PF procura em especial as 6.168 armas de grosso calibre (fuzis e submetralhadoras) que não foram recadastradas. Segundo ele, parte desses artefatos foram parar nas mãos de milicianos e narcotraficantes. — Tirar armas de organizações criminosas é um caminho fundamental para termos paz social. Teremos a continuidade dessas apreensões — disse ele.
O autor do requerimento de convocação de Dino ao Senado é o senador Magno Malta (PL-ES). Segundo a justificativa do pedido, Dino deveria "prestar informações sobre os planos e a agenda estratégica da pasta para os próximos anos".