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Flávio Bolsonaro vota contra intervenção no DF e nega elo de atos terroristas com pai

Parlamentar foi um dos dez a votar contra medida, defendeu a individualização dos crimes e se afirmou que deseja participar da comissão para evitar 'palanque político'

Flavio Bolsonaro: “Não queiram criar essa narrativa mentirosa como se tivesse alguma vinculação de Bolsonaro a esses atos irresponsáveis“ (André Coelho/Bloomberg)

Flavio Bolsonaro: “Não queiram criar essa narrativa mentirosa como se tivesse alguma vinculação de Bolsonaro a esses atos irresponsáveis“ (André Coelho/Bloomberg)

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Agência O Globo

Publicado em 10 de janeiro de 2023 às 17h04.

Última atualização em 10 de janeiro de 2023 às 17h07.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) tem se posicionado no Congresso como uma barreira de contenção diante das críticas direcionadas ao seu pai, Jair Bolsonaro. Nesta terça-feira, Flávio foi um dos oito parlamentares a votar contra a intervenção federal no Distrito Federal e defendeu o ex-presidente.

“Não queiram criar essa narrativa mentirosa como se tivesse alguma vinculação de Bolsonaro a esses atos irresponsáveis. O presidente Bolsonaro, após o resultado das eleições, ficou em silêncio, se recolheu e está lambendo as feridas. Não é essa expressão que muitos estão usando ai? é o que eles está fazendo, praticamente incomunicável, então é importante fazer esse registro“ disse.

Em sua fala, Flávio pediu a individualização dos crimes e afirmou que quer participar da comissão que acompanhará as investigações dos atos terroristas de 8 de janeiro para que não seja transformada em um palanque político.

“Também quero fazer parte dessa comissão que vai acompanhar as investigações. Faço questão de estar acompanhando pari passu para que não seja um momento de uso político eleitoral. o momento é grave, é muito sério, a gente não pode mais uma vez usar uma situação como essa usar como palanque“.

Bolsonaro está em Orlando, na Flórida, nos Estados Unidos, desde que deixou o país no dia 30 de dezembro, antes de encerrar o seu mandato. Um dia após os atos golpistas ele foi internado no hospital AdventHealth Celebration, em Orlando alegando dores abdominais.

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No domingo, mais de seis horas desde o início das invasões ao Congresso, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal, o ex-presidente negou ter qualquer responsabilidade nos atos, que não condenou de forma veemente. Em publicação nas redes sociais, Bolsonaro associou os atos de vandalismo à esquerda, disse que depredações "fogem à regra" e criticou o presidente Lula.

"Manifestações pacíficas, na forma da lei, fazem parte da democracia. Contudo, depredações e invasões de prédios públicos como ocorridos no dia de hoje, assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017, fogem à regra", escreveu.

Na publicação, o ex-presidente disse que ao longo do seu mandato sempre atuou "dentro das quatro linhas da constituição, respeitando e defendendo as leis, a democracia, a transparência e a nossa sagrada liberdade."

Bolsonaro, contudo, levantou sem provas dúvidas sobre o processo eleitoral, participou de atos antidemocráticos e por diversas vezes deu declarações dúbias sobre uma possível intervenção das Forças Armadas. Na publicação da noite deste domingo, Bolsonaro disse repudiar as declarações do presidente Lula que relacionou os atos deste domingo ao ex-presidente.

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