Brasil

Flávio Bolsonaro não vai ao MP para depor sobre Queiroz e exige autos

Em entrevistas, o senador eleito já declarou que não sabia da movimentação atípica do ex-assessor e ex-policial militar

Flávio Bolsonaro: senador eleito não compareceu ao depoimento marcado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (Adriano Machado/Reuters)

Flávio Bolsonaro: senador eleito não compareceu ao depoimento marcado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (Adriano Machado/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 10 de janeiro de 2019 às 17h15.

Última atualização em 17 de janeiro de 2019 às 14h23.

Rio de Janeiro - O deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, não compareceu ao depoimento marcado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro sobre a movimentação financeira atípica de seu ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz, informou o MP.

O parlamentar usou sua conta em uma rede social para justificar a ausência e argumentou que não teve acesso ao processo que investiga movimentações atípicas nas contas de funcionários de gabinetes de parlamentares da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), reveladas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no âmbito da operação Furna da Onça, que levou à prisão de deputados estaduais do Rio de Janeiro.

"Como não sou investigado, ainda não tive acesso aos autos, já que fui notificado do convite do MP/RJ apenas no dia 7 de janeiro, às 12h19" , disse Flávio Bolsonaro em sua conta do Facebook. "No intuito de melhor ajudar a esclarecer os fatos, pedi agora uma cópia do mesmo para que eu tome ciência de seu inteiro teor", acrescentou.

A ausência dele já era esperada. Como tem prerrogativa de foro, pode acertar com os promotores uma data para se apresentar para dar seus esclarecimentos.

"Ato contínuo, comprometo-me a agendar dia e horário para apresentar os esclarecimentos, devidamente fundamentados, ao MP/RJ para que não restem dúvidas sobre minha conduta", informou o senador eleito.

Em entrevistas, Flávio Bolsonaro já declarou que não sabia da movimentação atípica do ex-assessor e ex-policial militar, que é amigo da família Bolsonaro. O senador eleito disse ainda que cabe a Queiroz dar as devidas explicações.

Também em entrevistas, Queiroz não esclareceu a movimentação de mais de 1,2 milhão de reais em sua conta entre 2017 e 2018 e disse que atuava na compra e venda de veículos.

"Reafirmo que não posso ser responsabilizado por atos de terceiros, como parte da grande mídia tenta, a todo custo, induzir a opinião pública", destacou o senador eleito.

A família de Queiroz também não compareceu nesta semana ao depoimento marcado pelo MP argumentando que estava fora do Rio de Janeiro dando assistência ao ex-assessor que estava internado em São Paulo desde o ano passado para retirada um tumor.

Queiroz, que também já faltou a dois depoimentos no MP do Rio de Janeiro, recebeu alta essa semana.

O MP do Rio de Janeiro confirmou a ausência de Flávio Bolsonaro e afirmou "que o ainda deputado estadual Flávio Bolsonaro protocolizou, nesta quinta-feira (10/01), requerimento de cópia integral da investigação".

O Ministério Público do Rio informou ainda que as investigações prosseguem com a realização de diligências de natureza sigilosa e depoimentos de outras pessoas relacionadas aos fatos em apuração.

Acompanhe tudo sobre:CoafFabrício QueirozFlávio BolsonaroMinistério Público

Mais de Brasil

Explosões em Brasília são investigadas como ato terrorista, diz PF

Sessão de hoje do STF será mantida mesmo após tentativa de atentado

Moraes diz que tentativa de atentado em Brasília não é um fato isolado

Moraes autoriza buscas em endereços associados a homem morto em tentativa de atentado