Agência de notícias
Publicado em 6 de maio de 2025 às 13h16.
Última atualização em 6 de maio de 2025 às 13h37.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou ter encontrado nesta segunda-feira um integrante do Departamento de Estado de Trump, mas negou ter discutido sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi contra a informação difundida por seu irmão, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que dizia que a visita de representantes do governo americano teria o propósito de tratar sobre a atuação do magistrado brasileiro.
A reunião de Flávio teria acontecido dentro de seu gabinete no Senado, com a presença de Ricardo Pita, conselheiro sênior para assuntos do Hemisfério Ocidental no Departamento de Estado. A divisão do governo Trump, por sua vez, é a mesma que criticou decisões de Moraes de multar empresas americanas, em meio à ação judicial aberta pela rede social Rumble contra o magistrado brasileiro. A declaração, na época, foi republicada pelo perfil da embaixada dos EUA no Brasil e motivou uma nota de repúdio do Itamaraty.
"Eu, na qualidade de presidente da Comissão de Segurança do Senado, havia pedido já há alguns dias, via embaixada, uma reunião aqui no Brasil com alguma autoridade do governo americano para que a gente pudesse tratar dessa pauta de segurança pública. Então, o assunto aqui não tem nada a ver com sanções, com relação a quem quer que seja, como foi tratado aí por parte da imprensa", disse o senador após o término do encontro.
A agenda da comitiva americana também ocasionou disputas de versões entre Eduardo e a embaixada americana no Brasil. No último final de semana, o parlamentar compartilhou uma publicação em inglês que afirmava que a viagem teria o propósito de "discutir potenciais punições contra o ministro Alexandre de Moraes". A publicação também sugeria que o enviado seria David Gamble, chefe interino de Coordenação de Sanções do Departamento de Estado, e dizia que ele falaria com Flávio e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o parlamentar brasileiro também afirmou que teria se encontrado com integrantes do Departamento de Estado e da Casa Branca, sem detalhar os nomes.
No domingo, no entanto, o órgão diplomático que representa os EUA no Brasil emitiu uma nota dizendo que a viagem seria para participação de "uma série de reuniões bilaterais sobre organizações criminosas transnacionais" e discussão "dos programas de sanções dos EUA voltados ao combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas".
Em resposta, Eduardo rebateu a informação sobre a agenda da equipe de Trump e atribuiu a divergência a integrantes do governo Biden, que ainda estariam representando os EUA no Brasil.
"Os Estados Unidos já enviaram um novo embaixador para o Brasil? Não. Então, o corpo diplomático do governo americano no Brasil ainda é da administração Biden? Sim. Então, morreu já por aqui essa história", disse em entrevista ao canal do YouTube Programa 4 por 4, na noite deste domingo.