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Flamengo quer indenizar em dobro as famílias das vítimas de incêndio

Em entrevista coletiva neste domingo, Rodolfo Landim disse que os parentes dos dez mortos no CT irão receber mais de indenização

Flamengo: as famílias não aceitaram acordos anteriores (Ricardo Moraes/Reuters)

Flamengo: as famílias não aceitaram acordos anteriores (Ricardo Moraes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de fevereiro de 2019 às 14h13.

Rio de Janeiro — O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, disse neste domingo,(24) que a intenção do clube de futebol é indenizar as famílias dos dez adolescentes mortos no incêndio no Ninho do Urubu, centro de treinamento do clube, com valores na casa do dobro do verificado na jurisprudência de casos semelhantes, objeto de decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O dirigente não citou valores, mas deu a entender que a jurisprudência nesses casos registra valores abaixo o pedido em negociação com a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, o Ministério Público Estadual e o Ministério Público do Trabalho.

"O Flamengo está sempre empenhado a chegar a um acordo o mais rápido possível com essas famílias", afirmou Landim, em entrevista coletiva na tarde deste domingo, na sede do Flamengo, na Gávea, zona sul do Rio.

O incêndio, ocorrido no último dia 8, atingiu um contêiner usado como alojamento das categorias de base do futebol, no centro de treinamento localizado na zona oeste do Rio.

Ao longo da semana, algumas famílias de vítimas demonstraram descontentamento com a postura dos dirigentes do Flamengo e com os valores inicialmente oferecidos pelo clube.

Após uma reunião de conciliação entre famílias, autoridades e representantes do Flamengo, na última terça-feira, a procuradora Danielle Cramer, do MPT-RJ, informou que o clube ofereceu de R$ 300 mil a R$ 400 mil por família, enquanto as autoridades sugeriram R$ 2 milhões para cada.

Landim e um advogado contratado pelo Flamengo alegaram preocupações com a privacidade e a segurança das famílias para manter valores sob sigilo.

Segundo o dirigente, os valores citados nas negociações seriam "um piso". Landim disse ainda que não é possível pagar "dez ou 100 vezes o valor" da jurisprudência.

Os casos usados como referência na jurisprudência "são situações mais próximas, casos de crianças sob a guarda de empresa ou de alguém" e não o incêndio na boate Kiss, no Rio Grande do Sul, não seria um deles, completou Landim.

O presidente do Flamengo disse ainda que algumas das famílias que relataram descontentamento com a negociação estavam sob orientação de advogados particulares, enquanto o clube tem orientado os familiares a recorrerem à Defensoria.

Landim frisou também que a posição do Flamengo é por negociar os valores de indenização caso a caso, conforme a necessidade de cada família, em vez de firmar um acordo igual para todas elas.

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