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Fiocruz diz que suas vacinas fazem governo economizar R$ 300 milhões

De acordo com instituição, preço das vacinas vendidas pela Fiocruz é mais econômica em 30% em relação aos preços de mercado

Vacinas: governo suspendeu contratos com laboratórios públicos (Amir Levy/Getty Images)

Vacinas: governo suspendeu contratos com laboratórios públicos (Amir Levy/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de julho de 2019 às 10h29.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) proporciona economia anual de R$ 300 milhões aos cofres da União com a venda de vacinas por preços abaixo da média de mercado, disse o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde do órgão, Marco Krieger.

A maior parte desses contratos se dá via Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs), tipo de colaboração do poder público com a iniciativa privada para fabricar remédios e imunizantes. Nesta semana, o Ministério da Saúde suspendeu 19 contratos desse tipo, conforme revelou o Estado.

À reportagem, Krieger disse que, apesar de dependerem de ajustes as PDPs precisam ser defendidas, assim como qualquer política pública. "O governo tem de ter preocupação estratégica de fornecimento de medicamentos e insumos. Essa é uma política que está ajudando a modernizar o parque tecnológico brasileiro", disse.

Para ele, no entanto, muitos medicamentos foram reduzidos à metade do preço após a chegada das PDPs. "Temos vários casos de sucesso de economia muito grande para o País.

O preço das vacinas adquiridas da Fiocruz é mais econômica em 30% em relação aos preços de mercado. Uma economia de R$ 300 milhões ao ano para o governo. As insulinas são três vezes mais em conta", afirmou.

Os laboratórios também dizem que as parcerias proporcionaram avanços no setor de medicamentos. Citam relatório do Ministério da Saúde que aponta o fornecimento, por parte dos laboratórios públicos, de valor superior a R$ 1,8 bilhão em remédios para o Sistema Único de Saúde (SUS) só nos últimos oito meses. Mais de 15 fórmulas foram adquiridas pelo governo.

Conforme mostrou o Estado ontem, a Fiocruz está entre os sete laboratórios públicos afetados pelas suspensões do ministério.

Segundo a pasta, parte das 19 suspensões, incluindo as da Fiocruz, foi orientada por relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria-Geral da União (CGU). O problema, na avaliação de Krieger, é que a maior parte dos problemas apontados pela CGU já foram sanados.

"Não refletem mais a situação atual das parcerias", disse ele, que prevê reverter pelo menos quatro das seis suspensões até o fim do ano.

Cobrança

Estudos da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil apontam que, por meio dos acordos, o governo economizou R$ 20 bilhões, nos últimos oito anos, com a aquisição de remédios e outros produtos.

Um exemplo citado é o do cloridrato de sevelâmer, medicamento para tratar doenças renais crônicas, comprado via PDP, em contratos com a Bahiafarma. "O ministério comprava cada comprimido por R$ 6,70, em média, antes da assinatura da PDP, em 2013. Hoje, esse preço é de R$ 1,55. E são produzidos cerca de 70 milhões de comprimidos por ano para abastecer o SUS."

A Associação Brasileira de Saúde Coletiva se manifestou contra as suspensões e defendeu as PDPs, política iniciada em 2008. "Os efeitos desta medida podem gerar graves problemas para as pessoas que necessitam destes fármacos, requerendo critérios transparentes de avaliação para evitar que parcerias importantes sejam prejudicadas, colidindo com interesses públicos e do SUS", diz nota da entidade. O ministério não quis se pronunciar sobre as críticas das associações.

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