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Fim do DPVAT também atinge Salim Mattar, amigo de Guedes

Ao extinguir, a partir de 2020, os seguros obrigatórios DPVAT e DPEM, Bolsonaro não atingiu apenas os negócios do presidente do PSL, Luciano Bivar

Salim: fim do DPVAT atinge os negócios do amigo do ministro da Economia, Paulo Guedes (Amanda Perobelli/Reuters)

Salim: fim do DPVAT atinge os negócios do amigo do ministro da Economia, Paulo Guedes (Amanda Perobelli/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de novembro de 2019 às 08h51.

Ao assinar a Medida Provisória que extingue, a partir de 2020, os seguros obrigatórios DPVAT e DPEM, o presidente Jair Bolsonaro atingiu não apenas os negócios do presidente do PSL, Luciano Bivar, mas também a empresa de outro personagem com estreita relação com o Palácio do Planalto. Trata-se de José Salim Mattar Júnior, amigo do ministro da Economia, Paulo Guedes que o convidou para comandar a Secretaria Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados da pasta.

Salim é dono da Pottencial Seguradora, que compõe, junto com o negócio de Bivar e outras dezenas de empresas, o capital social da Líder Administradora, detentora do direito de exclusividade para operar o DPVAT no Brasil. Segundo o governo federal, o valor contabilizado no consórcio do DPVAT é de cerca de R$ 8,9 bilhões.

A Pottencial declara, na Receita Federal, ter capital de R$ 98 milhões. A seguradora ainda atua na área de seguros de máquinas e equipamentos. Salim também é dono da Localiza Hertz, uma gigante do setor de locação de veículos no Brasil. Ele faz questão de destacar a amizade de três décadas com Guedes, que já integrou, por três anos, o conselho de administração de uma das empresas do secretário.

A assessoria de Mattar afirmou que ele deixou a administração de todos os seus negócios em dezembro. "A secretaria comandada por ele tem como objetivo as privatizações de empresas estatais e a venda dos imóveis da União. O referido assunto (fim do DPVAT) não é de sua competência, portanto, ele não foi consultado", diz a nota.

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