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Filhos de presidente de sindicato se formaram em Cuba

Filhos do líder do Simers, que se opõe a "importações de médicos", se formaram em Camagüey e estão registrados no Cremers

Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recebe os profissionais estrangeiros do Mais Médicos que participam do curso de preparação, com aulas sobre saúde pública brasileira e língua portuguesa (Elza Fiúza/ABr)

Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recebe os profissionais estrangeiros do Mais Médicos que participam do curso de preparação, com aulas sobre saúde pública brasileira e língua portuguesa (Elza Fiúza/ABr)

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Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2013 às 20h00.

Porto Alegre - Líder de uma entidade que tem se oposto à "importação" de médicos sem revalidação do diploma no Brasil, o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Paulo de Argollo Mendes, tem dois filhos, também médicos, formados em Cuba. Paulo Clemente de Argollo Mendes e Marco Antônio de Argollo Mendes cursaram medicina no Instituto Superior de Ciências Médicas de Camagüey entre 1997 e 2004 e estão registrados no Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers).

A família não comenta o assunto em entrevistas, mas Argollo Mendes, o pai, em resposta a uma consulta da reportagem, emitiu nota na qual destaca que não há qualquer incoerência entre o discurso que faz e a formação dos filhos. "O presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Paulo de Argollo Mendes, faz questão de se pronunciar e reiterar que a sua posição pessoal e a do Simers são exatamente as mesmas das entidades médicas nacionais", diz o texto. "Seus filhos revalidaram o diploma no Brasil, tal como preconizam todas as entidades médicas".

Quando os irmãos Mendes foram estudar em Camagüey, um acordo entre Brasil e Cuba previa o registro automático dos diplomas de quem se formasse em universidade de um dos dois países. Quando voltaram, o pacto não vigorava mais. Havia sido extinto em 1999. Os dois médicos pediram a revalidação à Universidade Federal do Ceará (UFC) quando a instituição abriu edital para os interessados, em setembro de 2005.

A universidade informou nesta segunda-feira que, diante da exigência que fez, de alguns complementos curriculares, os irmãos cursaram as disciplinas que faltavam na Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) e encaminharam o novo histórico escolar em agosto de 2008. Em setembro daquele ano tiveram seus diplomas validados no Brasil.

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