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Filhos de cacique morto estão entre os índios presos

Texto publicado pela Funai manifesta suspeita de que indígena poderia ter sido assassinado, e não vítima de acidente de moto


	Índio: segundo a PF, até o momento, foram percorridos cerca de 270 hectares, e encontradas, no interior da terra indígena, peças do veículo ocupado pelos desaparecidos
 (Marcello Casal Jr/ABr)

Índio: segundo a PF, até o momento, foram percorridos cerca de 270 hectares, e encontradas, no interior da terra indígena, peças do veículo ocupado pelos desaparecidos (Marcello Casal Jr/ABr)

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Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2014 às 16h02.

Brasília - Dois filhos do cacique Ivan Tenharim, Gilson e Ivan, estão entre os índios presos na ação deflagrada ontem (30) pela Polícia Federal (PF) nas aldeias Marmelo, Taboca e Campinho, localizadas a cerca de 150 quilômetros do município de Humaitá, no sul do Amazonas.

O líder indígena foi encontrado morto na BR-230, a Rodovia Transamazônica, no dia 3 de dezembro do ano passado.

A morte do cacique e um texto publicado no dia 6 de dezembro pelo então coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), por Ivã Bocchini, que manifestava suspeita de que o indígena poderia ter sido assassinado, e não vítima de acidente de moto, desencadearam a tensão entre índios e brancos.

De acordo com nota da Polícia Federal em Rondônia, os índios tiveram prisão temporária expedida pela Justiça Federal do Estado do Amazonas, em razão de possível envolvimento na morte do representante comercial Luciano Ferreira Freire, do professor Stef Pinheiro e do funcionário da Eletrobras Aldeney Ribeiro Salvador.

Os três estão desaparecidos desde o dia 16 de dezembro, quando passavam pela BR-230, no trecho que corta a área indígena.

A Polícia Federal ainda prossegue nas investigações.

Segundo a PF, até o momento, foram percorridos cerca de 270 hectares, e encontradas, no interior da terra indígena, peças do veículo ocupado pelos desaparecidos.

Em nota, a Polícia Federal informou que, nas investigações, foram ouvidas diversas testemunhas, entre indígenas e não indígenas e feita perícia técnica nas peças encontradas.

Cães farejadores e equipamentos modernos de rastreamento estão sendo usados no local na tentativa de localização de cadáveres e peças metálicas.

Revoltados, no dia 25 de dezembro, moradores de Humaitá atearam fogo em 11 carros e na sede da Funai na cidade.

Também foram queimados vários pontos de cobrança de pedágio usados pelos índios ao longo da Transamazônica.

Desde então, os Tenharim estavam praticamente isolados na aldeia.

No dia 13 deste mês, desembarcou em Humaitá uma equipe interministerial formada por representantes das pastas do Meio Ambiente, da Justiça, do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, para tentar construir soluções para superar o impasse.

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