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Filhos de Bolsonaro assumem protagonismo da campanha

Dois dos cinco filhos, Flávio e Eduardo Bolsonaro, tornaram-se porta-vozes do pai e multiplicam sua presença em atos públicos

Bolsonaro: "Ele já tomou purpurinada, já tomou ovada, agora tomou uma facada", disse Eduardo Bolsonaro na frente do Hospital Albert Einstein (Paulo Whitaker/Reuters)

Bolsonaro: "Ele já tomou purpurinada, já tomou ovada, agora tomou uma facada", disse Eduardo Bolsonaro na frente do Hospital Albert Einstein (Paulo Whitaker/Reuters)

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AFP

Publicado em 8 de setembro de 2018 às 16h04.

Última atualização em 15 de outubro de 2018 às 12h15.

Os filhos do candidato Jair Bolsonaro (PSL), favorito no primeiro turno das eleições presidenciais de 7 de outubro, assumiram o controle da campanha de seu pai, ferido a faca em um comício nesta quinta-feira.

Dois dos cinco filhos, Flávio e Eduardo Bolsonaro, tornaram-se porta-vozes do pai e multiplicam sua presença em atos públicos.

Bolsonaro está se recuperando, mas não deve voltar às ruas para a campanha, disse à imprensa Flávio Bolsonaro, deputado da Alerj e candidato ao Senado federal.

O presidenciável do Partido Social Liberal "mantém-se consciente e em boas condições clínicas", informou neste sábado o boletim médico do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

O candidato, de 63 anos, foi transferido para lá nesta sexta de Juiz de Fora (Minas Gerais), onde foi apunhalado no abdômen durante o comício.

O paciente continua na Unidade de Terapia Intensiva, "em boas condições cardiovasculares e pulmonares, sem febre ou outros sinais de infecção", indicou o informe.

Em foto publicada no Twitter por Flávio, Bolsonaro aparece sentado em uma cadeira hospitalar, com uma sonda respiratória, fazendo um gesto de arma.

"Meu pai segue evoluindo e começou agora a fisioterapia", escreveu.

Clã alinhado

O Albert Einstein vai se transformar, pelo menos nos próximos dez dias, no QG da campanha do ex-capitão do Exército, alavancado pelo resto do seu clã, completamente alinhado com o patriarca.

Como o pai, Flávio, de 37 anos, o mais velho dos cinco Bolsonaro, também defende a ditadura.

"Naquele tempo havia segurança, havia saúde, educação de qualidade, havia respeito. Hoje em dia a pessoa só tem o direito de quê? De votar. E ainda vota mal", disse em 2011.

Seu irmão, Eduardo, de 34, deputado federal que busca a reeleição, intensificará sua agenda no estado de São Paulo, considerado estratégico para a campanha.

Ele também vai aumentar as referências a seu pai, que só poderá participar através das redes sociais.

"A agenda será feita via internet e com vídeos dele (Bolsonaro). Ele é insubstituível", disse o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, ao jornal O Globo.

O terceiro Bolsonaro filho no campo político, Carlos, de 35 anos, vereador do Rio de Janeiro, deve ser menos ativo, já que não vai concorrer nessas eleições.

Enquanto isso, Renan, estudante de Direito de 19 anos, aspira seguir o caminho de seus irmãos. No Facebook escreveu: "Salve 31/março/1964", referindo-se à data atribuída ao golpe militar.

O patriarcado é fonte de orgulho para Bolsonaro, que chegou a dizer que sua quinta filha, a única mulher, Laura, de 7 anos, representou uma "fraquejada".

Na restruturação de campanha forçada, seu companheiro de chapa, o general da reserva Hamilton Mourão, deve ganhar projeção.

Neste sábado, ele visita Bolsonaro, e passará a substituí-lo em reuniões e entrevistas, mas não em comícios públicos.

O candidato a vice terá uma reunião em Brasília para definir a estratégia no futuro. Ele garantiu que Bolsonaro lhe chamou para pedir a seus seguidores para moderar o tom e não exacerbar as tensões.

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