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Filho de diarista é aprovado em 1º lugar em Direito na PUC-Rio

Estudante fez todo o ensino fundamental em escolas públicas, mas foi incentivado por um professor a tentar uma bolsa para colégio particular

Empresa júnior da PUC-Rio cresce 90% em dois anos (Divulgação)

Empresa júnior da PUC-Rio cresce 90% em dois anos (Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de fevereiro de 2017 às 07h59.

São Paulo - Ele sempre foi um dos melhores alunos da turma e, quando estava no 8º ano, um professor o indicou para um programa que oferece bolsas para alunos da rede pública nas melhores escolas particulares do Rio.

João Antonio Lima da Silva, de 17 anos, conseguiu a vaga no programa e neste ano foi aprovado em primeiro lugar no curso de Direito da PUC-Rio e uma bolsa integral pelo Programa Universidade para Todos (Prouni).

Silva mora no bairro do Benfica, na zona norte do Rio, com a mãe que é diarista, dois irmãos mais novos, o padrasto e um tio.

Desde que entrou na escola, aos cinco anos, ele sempre estudou em escolas públicas. "Sempre tive boas notas, gostava muito de ir para a escola e de estudar", contou.

Quando estava no 8º ano, um professor de matemática o orientou para fazer a prova de bolsas do Ismart - entidade privada que concede bolsas em escolas particulares para jovens de baixa renda de 12 a 15 anos.

"Não sabia o que era e nunca tinha falado desse programa, mas tentei e consegui. Foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido."

Silva ganhou uma bolsa para o colégio São Bento, mas continuou estudando na rede pública municipal. "Estudava de manhã no São Bento e a tarde na escola pública. Era muito puxado, acordava cedinho, pegava ônibus e só voltava para casa a noite."

No ensino médio, ele estudou apenas no colégio São Bento, mas em período integral. Ele contou que foi difícil acostumar com o ritmo de estudos e a cobrança da nova escola.

"Eu estava acostumado a ser o melhor e lá não foi assim, mas depois consegui melhorar", disse.

Ele contou que virou referência na família e entre os vizinhos. "Minha mãe conta pra todo mundo tudo o que eu consegui, ela tem muito orgulho", disse. Silva disse que decidiu fazer Direito para ajudar pessoas como a sua mãe e familiares.

"Onde eu cresci via que as pessoas não sabem que têm direito a educação, assistência social. Eu quero poder ajudá-las".

Ele disse que pretende fazer concurso público para ser promotor de justiça.

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