Brasil

Brasil precisará de mais filantropia para superar coronavírus

Segundo instituto IDIS, elite brasileira precisa se movimentar para levar mais recursos a hospitais beneficentes

A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo enfrenta crise financeira desde 2016 (Smsantacasasp/WikimediaCommons/Wikimedia Commons)

A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo enfrenta crise financeira desde 2016 (Smsantacasasp/WikimediaCommons/Wikimedia Commons)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 13 de março de 2020 às 06h00.

Última atualização em 13 de março de 2020 às 06h40.

A crise do coronavírus está despertando a solidariedade dos mais ricos. Alguns bilionários fizeram doações relevantes para ajudar a conter a pandemia. Bill Gates, fundador da Microsoft, por exemplo, se comprometeu a destinar mais de 100 milhões de dólares à causa.

No mundo, a lista de ricaços e empresas que anunciaram doações de mais de 1 milhão de dólares inclui Jack Ma, do Alibaba; Li Ka-Shing, da Hutchison Holdings, o homem mais rico de Hong Kong; o estilista Giorgio Armani; além das grifes Versace, Swarovski e dos conglomerados de moda LVMH e Kering.

Segundo o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), organização sem fins lucrativos que dá apoio a entidades filantrópicas, essa postura é comum em momentos de crises e, no Brasil, é esperado o mesmo movimento no topo da pirâmide. “Vimos isso acontecer em outros episódios, como nos desastres de Mariana e Brumadinho”, afirma Paula Fabiani, presidente do IDIS.

Os ricos brasileiros, no entanto, ainda não se apresentaram e a filantropia será fundamental para o país superar o vírus. Os hospitais beneficentes, especialmente as Santas Casas de Misericórdia, que formam um braço importante do Sistema Único de Saúde (SUS), vão precisar de mais recursos para enfrentar a pandemia. “É uma rede fundamental e que está em dificuldades”, afirma Paula.

O Brasil possui mais de 1.800 hospitais beneficentes, de acordo com dados do Ministério da Saúde. A maioria atua inserido no SUS. Nos últimos anos, diversas Santas Casas tiveram problemas financeiros, incluindo a de São Paulo, que é um hospital de referência e chegou a suspender o atendimento em 2016.

Saúde é prioridade para o brasileiro

Uma pesquisa realizada pelo IDIS mostra que, entre a população que costuma doar dinheiro a entidades assistenciais e filantrópicas, as causas da infância e da saúde são as mais beneficiadas.

Entre as entidades filantrópicas apoiadas por famílias tradicionais ou empresas, no entanto, é a educação que aparece como a prioridade. “A pauta da saúde não está entre as mais beneficiadas pelas maiores entidades”, diz Paula.

A crise do coronavírus pode ser uma oportunidade para gerar mais conscientização sobre a necessidade de ajudar a rede de hospitais filantrópicos, afirma.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusFilantropiaSaúdeSUS

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas