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Figueiredo critica ajuste fiscal e sugere alternativa à CPMF

Novo ministro das Comunicações manteve posição crítica à política econômica do governo


	Segundo André Figueiredo, as medidas de ajuste fiscal são "antipáticas" e "penalizam" a população
 (Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)

Segundo André Figueiredo, as medidas de ajuste fiscal são "antipáticas" e "penalizam" a população (Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)

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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2015 às 19h42.

Brasília - Mesmo após ser empossado como parte da equipe de ministros da presidente Dilma Rousseff, o novo ministro das Comunicações, André Figueiredo, manteve posição crítica à política econômica do governo.

Segundo ele, as medidas de ajuste fiscal são "antipáticas" e "penalizam" a população. O ministro propôs ainda que seja apresentada uma alternativa à reedição da CPMF, dizendo ser "difícil" a aprovação da proposta encaminhada pelo governo.

Em agosto, quando ainda liderava a bancada do PDT na Câmara, Figueiredo entrou em confronto com o governo, quando os parlamentares analisavam medidas do ajuste fiscal, adotando posição independente nas votações do partido em plenário.

Nesta segunda-feira, 5, já como ministro de Dilma, o deputado disse que "certamente" continuará com as mesmas críticas e com o mesmo posicionamento.

"Nossa equipe está trabalhando para apresentar alternativas que minimizem o impacto de medidas antipáticas e que estão penalizando a classe média, os trabalhadores e o capital produtivo do país", disse.

Segundo Figueiredo, sua equipe está elaborando propostas alternativas que possam taxar "setores que estão lucrando com a crise, principalmente o setor financeiro". Ele ressaltou que não quer criar constrangimento na equipe da petista, mas afirmou que fará a argumentação dentro do governo.

Para o ministro, é "bem complicado" o governo conseguir apoio para aprovar a CPMF neste momento.

"Pode ser discutida, ainda temos uma discussão muito embrionária, temos alternativas. Sempre defendermos o aumento da Contribuição Social sobre Lucro Líquido. Isso compensaria boa parte de uma eventual retomada da CPMF", afirmou.

Sobre o posicionamento de sua bancada na Câmara, o ministro deixou claro que a presidente não terá total apoio.

"A bancada tem postura de ter muita clareza. Nos declaramos independentes do colegiado de líderes da base por conta de que constantemente éramos chamados de infieis", disse, ao explicar que o partido votou contra parte do ajuste fiscal por considerar que retirava direitos trabalhistas.

Sem se posicionar oficialmente, Figueiredo ainda sinalizou ser favorável à derrubada do veto presidencial que trata do reajuste do Poder Judiciário, um dos vetos que mais preocupa o governo, pelo alto impacto no Orçamento.

Pela decisão de Dilma, que pode ser analisada nesta semana pelo Congresso, os servidores não terão reajustes de até 78%.

"Não estamos falando de um aumento de 78% para todos os servidores. São quatorze, de uma carreira que está extinta, são pouquíssimos servidores", disse. "Não vou aqui defender a derrubada do veto explicitamente", ponderou.

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