Brasil

Fifa temia eliminação prematura do Brasil na Copa

A entidade temia que, sem o Brasil em campo, o Mundial enfrentaria a volta de eventuais protestos


	Voluntários da Fifa assistem, apreensivos, a jogo entre Brasil e Chile
 (REUTERS/Brian Snyder)

Voluntários da Fifa assistem, apreensivos, a jogo entre Brasil e Chile (REUTERS/Brian Snyder)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2014 às 10h55.

Rio - Das sacadas do luxuoso Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, a cúpula da Fifa acompanhava o drama do jogo entre Brasil e Chile com a mesma angústia do torcedor que lotava a areia da praia. Mas o motivo da tensão era outra.

A entidade temia que, sem o Brasil em campo, o Mundial mudaria de forma radical, inclusive com a volta de eventuais protestos. Uma saída prematura era tida como o maior golpe contra um torneio que está batendo todos os recordes.

À medida que o segundo tempo ia chegando ao final e o drama continuava, a tensão entre os cartolas aumentava. Durante os pênaltis, todos na Fifa deixaram seus afazeres para acompanhar não só o destino da seleção brasileira, mas também o do torneio.

Antes mesmo da Copa começar, a Fifa havia alertado que, mesmo sem o Brasil em campo, o governo precisava manter garantias de que as operações e os compromissos das autoridades seriam mantidas.

Mas o Brasil fora da Copa nas oitavas de final seria um dos piores cenários para um anfitrião, perdendo apenas para a África do Sul que, em 2010, foi eliminada na primeira fase.

A Fifa temia a volta das manifestações, perdas financeiras e queda de audiência. Cartolas do mais alto escalão da entidade confessaram à reportagem que, antes do jogo com o Chile, a preocupação já era muito grande e que uma tropa de choque especial foi convocada para resguardar o hotel.

"Que alívio foi a vitória do Brasil", declarou Julio Grondona, vice-presidente da Fifa e presidente da Associação de Futebol da Argentina. "Teríamos um outro Mundial sem o Brasil e não quero pensar o que poderia ser", disse. "Teria sido um desastre uma eliminação", completou. "Por enquanto, o que víamos era a festa, conduzida pela seleção brasileira. Mas isso poderia mudar", confessou um outro cartola.

No meio da prorrogação, alguns dirigentes receberam a recomendação para que evitassem sair. A maior ameaça, para a Fifa, é a questão da imagem e da segurança. Internamente, os dirigentes estavam comemorando as vitórias da seleção e o bom futebol na Copa por estar servindo de escudo contra os protestos.

Sem o Brasil, o temor era de que os brasileiros que tivessem comprado ingressos para outros jogos abandonassem o torneio e a Copa começasse a ver estádios mais vazios. O impacto para a imagem da Copa no mundo, segundo a Fifa, seria desastroso. Quando a última cobrança de pênalti bateu na trave, todos no Copacabana Palace respiraram aliviados.

Acompanhe tudo sobre:Copa do MundoEsportesFifaFutebolProtestosProtestos no Brasil

Mais de Brasil

Governo quer aumentar número de setores fora do tarifaço

Governo quer ampliar número de setores isentos do tarifaço de Trump, diz Alckmin

Recuperação de áreas degradadas pode contar com R$ 31,4 bilhões

Rio Grande do Sul registra neve em algumas localidades