Arena Pernambuco: estádio no nordeste e mais outros dois ainda não foram concluídos. (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 10 de abril de 2013 às 23h27.
São Paulo - A 66 dias do início da Copa das Confederações, a Fifa já tem uma certeza: ainda há muito por fazer e não vai dar tempo para que tudo esteja pronto para ser testado com vistas à Copa do Mundo. O jeito, então, é encarar a situação de frente. "Temos noção clara de que o tempo é curto. Mas o Valcke (Jérôme, secretário-geral da Fifa) já disse que não teremos tudo 100%", disse nesta quarta-feira o diretor de comunicações da entidade, Walter de Gregorio.
Faltam três estádios da competição para serem entregues - Arena Pernambuco, no Recife; Nacional, em Brasília; e Maracanã, no Rio de Janeiro. Mas Gregorio está preocupado mesmo é com a questão operacional. "Dentro das arenas não devemos ter grandes problemas. Nossa dúvida é o entorno. Como muita coisa não está pronta, podemos ter problemas no acesso do público, não sabemos como vai funcionar o transporte coletivo, os estacionamentos..."
Walter de Gregorio demonstrou grande preocupação com o sistema de telecomunicações e espera que o governo implante de fato a tecnologia 4G, como foi combinado. "Não podemos correr o risco de um jornalista, por exemplo, ter dificuldade para enviar seu material".
O dirigente definiu a Copa das Confederações, de 15 a 30 de junho, como um grande desafio e disse que talvez seja a mais importante de todas as já realizadas pela Fifa - a do Brasil será a nona edição. "A expectativa dentro do próprio país é grande. O Brasil é o país do futebol e teremos pela primeira vez 12 títulos mundiais na competição, além do campeão olímpico", ressaltou Gregorio, referindo-se aos cinco títulos da seleção brasileira, quatro da italiana, dois da uruguaia e um da espanhola. E os mexicanos ganharam medalha de ouro nos Jogos de Londres.
Como a Copa das Confederações é um evento-teste, a Fifa vai ser tolerante - mesmo porque os problemas servirão de aprendizado e poderão ser corrigidos para 2014. Mas em relação à Copa do Mundo não haverá perdão e todos os prazos deverão ser cumpridos. Os estádios terão de ser entregues até dezembro. E atrasos significativos nas obras de infraestrutura poderão até excluir uma sede do Mundial. "Não temos plano B, trabalhamos com 12 sedes, mas a Fifa pode fazer uma Copa com até oito sedes".
A Fifa e Marin
Walter de Gregorio não quis se aprofundar sobre a situação do presidente da CBF e do Comitê Organizador Local, José Maria Marin. O cartola tem várias denúncias contra si e existe pressão para que deixe os cargos. A Fifa gostaria de uma troca em relação ao COL, mas não admite oficialmente. "A Fifa tem uma relação institucional com o senhor Marin, como presidente do COL e da CBF. Sobre o que se fala de seu passado político, não tenho como opinar. É uma questão interna do Brasil".
O diretor de comunicações negou interesse da entidade em trocar o comando do futebol brasileiro. "A Fifa não interfere na eleição da CBF nem de qualquer outra federação. E nem em nomeações do COL. Respeita o que o filiado decidir".