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Fiesp pede mais equilíbrio no comércio com os EUA

Entidade reclama do déficit comercial com os americanos e da queda de participação de produtos manufaturados nas exportações

Paulo Skaf, presidente da Fiesp,conversou com o secretário de comércio norte-americano (Kenia Hernandes/VEJA São Paulo)

Paulo Skaf, presidente da Fiesp,conversou com o secretário de comércio norte-americano (Kenia Hernandes/VEJA São Paulo)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2011 às 13h06.

São Paulo - O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, pediu hoje mais equilíbrio nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. Após se reunir com o secretário de comércio norte-americano, Gary Locke, Skaf reclamou do déficit comercial que o Brasil registrou com os EUA no ano passado, de US$ 8 bilhões, e ressaltou que a projeção para este ano é de um novo déficit, de US$ 10 bilhões.

"Chamamos a atenção para o fato de que o fluxo comercial com os EUA em 2010 foi praticamente o mesmo de 2004, mas, na época, nós tínhamos um superávit de US$ 8 bilhões e hoje temos um déficit de US$ 8 bilhões", afirmou.

Skaf também reclamou da queda da participação de produtos manufaturados nas exportações brasileiras para os Estados Unidos. Em 2004, os produtos manufaturados representavam 74% das vendas externas brasileiras ao país norte-americano. No ano passado, representaram 51%. "O volume de exportações continua igual, mas o perfil piorou muito. Com o andar da carruagem, sem dúvida as coisas pioraram muito para o Brasil, ficaram muito desequilibradas", disse Skaf.

Locke não falou com a imprensa, mas, de acordo com Skaf, ele reconheceu a necessidade de um maior equilíbrio no comércio bilateral. Por outro lado, informou o presidente da Fiesp, para cada US$ 1 bilhão que os EUA exportam para o Brasil, 5 mil empregos são criados ou mantidos. Segundo ele, também foram temas de discussões a retomada da Rodada Doha, a renovação da inclusão do Brasil no Sistema Geral de Preferências (SGP), as barreiras norte-americanas ao açúcar e ao etanol brasileiro e a possibilidade de um acordo para acabar com a bitributação.

De acordo com Skaf, Locke reconheceu a legitimidade das demandas brasileiras e admitiu que alguns pontos devem ser estudados, mas foi evasivo e não deu garantias sobre o atendimento deles. "Eu não esperava muito. A vinda de Obama (Barack Obama, presidente dos EUA) ao Brasil é um gesto de reaproximação, mas cabe a nós transformar esse gesto em ações concretas", afirmou.

O diretor do Departamento de Infraestrutura da Fiesp, Carlos Cavalcanti, disse que os EUA ainda impõem muitas barreiras aos produtos brasileiros, embora se declarem como o país mais aberto do mundo. "A aproximação diplomática é importante, mas ninguém enche a barriga com gestos de boa vontade. Nesse campo, esperamos uma atitude mais concreta do governo norte-americano", afirmou.

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