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Curtas – uma seleção do mais importante no Brasil e no mundo

O ex-presidente FHC prestou depoimento nesta segunda-feira como testemunha de defesa do ex-presidente Lula em processo da Operação Lava Jato

Fernando Henrique Cardoso: "Há em circulação um manifesto de democratas progressistas. Bem-vindo." (Nacho Doce/Reuters)

Fernando Henrique Cardoso: "Há em circulação um manifesto de democratas progressistas. Bem-vindo." (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2018 às 07h05.

Última atualização em 12 de junho de 2018 às 07h27.

A disputa pela privatização

A Advocacia-Geral da União (AGU) informou nesta segunda-feira que derrubou na Justiça do Rio de Janeiro a decisão que impediu o leilão de seis distribuidoras da Eletrobras. Na semana passada, o leilão foi suspenso por decisão da juíza Raquel de Oliveira Maciel da 49ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, após uma ação civil pública movida por sindicatos de trabalhadores. Ao recorrer da decisão, na segunda instância da Justiça do Trabalho do Rio, a AGU afirmou que se o leilão não foi realizado até 31 de julho, a Eletrobras seria obrigada a liquidar as distribuidoras, fato que seria mais prejudicial aos trabalhadores. A advocacia também afirmou que os direitos dos empregados das distribuidoras estão garantidos pela lei trabalhista e não serão afetados pelo processo de desestatização.

Presidente não sabe tudo

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) prestou depoimento nesta segunda-feira como testemunha de defesa do ex-presidente Lula (PT) em um processo da Operação Lava Jato. Na oitiva diante do juiz federal Sergio Moro, por meio de videoconferência, FHC disse que uma das funções do presidente da República é ouvir representantes de diversos setores da sociedade – e que “malandros” não podem ser discriminados entre os interlocutores do governante. FHC disse ainda que o presidente é responsável por quem nomeou. “Depois, lá dentro, ele não tem nem tempo de saber. Agora, no Brasil, as pessoas pensam que o presidente pode tudo e sabe tudo”, disse. Na ação contra Lula, o petista é acusado de receber 1 milhão de reais em propina de Odebrecht, OAS e Schahin por meio de reformas em um sítio em Atibaia (SP), frequentado por ele e sua família.

Inquérito arquivado

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello arquivou nesta segunda inquérito aberto para apurar a suposta doação eleitoral não contabilizada ao ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, em 2010. Mello atendeu a um pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, há duas semanas. Pela jurisprudência da Corte, o relator deve arquivar a investigação quando o pedido é feito pela procuradoria. A investigação está relacionada com os depoimentos de delação premiada do ex-executivo da empreiteira UTC Ricardo Pessoa, que afirmou ter acertado doação de 500.000 reais à campanha de Aloysio Nunes ao Senado, em 2010. Dodge afirmou que os delatores não apresentaram provas para corroborar os depoimentos e não há dados suficientes para embasar o processo criminal. Aloysio está licenciado do mandato para ocupar o cargo de ministro.

Projeções reduzidas

A pesquisa semanal Focus, do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira mostrou que as projeções do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuaram para 1,94% — contra 2,18% no levantamento anterior —, após a greve dos caminhoneiros, que durou 11 dias e abalou o abastecimento, afetando diversos setores da economia. Para o PIB de 2019, as projeções foram a 2,80%, interrompendo 18 semanas seguidas em que as estimativas ficaram em 3%. O Focus também mostrou que o mercado espera menor expansão na produção industrial para 2018 e 2019, a 3,51 e 3,20%, respectivamente. Até então, as contas estavam em 3,80 e 3,50%. As expectativas para a inflação neste ano voltaram a ser elevadas pela quarta semana seguida. A alta do IPCA foi calculada em 3,82% em 2018 e em 4,07% em 2019, sobre 3,65 e 4,01%, respectivamente, na semana anterior.

Casino quer economizar

O grupo francês de varejo Casino anunciou um plano de venda de 1,5 bilhão de euros em ativos. A venda deve ser concluída no começo de 2019, e faz parte de uma estratégia de reduzir dívida na França. O grupo afirmou que o plano de venda de ativos inclui o processo em andamento de desinvestimento no grupo Via Varejo, no Brasil. Como parte do processo de desinvestimento, a Via Varejo anunciou a saída de seis executivos e integração de áreas de operações, vendas, comercial e logística em uma única estrutura. Em um comunicado, a companhia afirmou que a reorganização a tornaria “ágil e eficiente”, e iria proporcionar “um ambiente mais apropriado à estratégia de transformação digital”.

Mais um acionista na CCR?

Os sócios da CCR deram início a conversas para rever o acordo de acionistas da companhia. Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Soares Penido buscam rever o contrato para que possam vender suas participações, ou incluir um novo investidor na companhia, que administraria rodovias, como o Sistema Anhanguera-Bandeirantes, e aeroportos, como o de Confins, em Minas Gerais. O envolvimento de gestores da CCR na Operação Lava Jato colocou a concessionária nos holofotes, fazendo com que a companhia perdesse quase 3 bilhões de reais em valor de mercado. Na sexta-feira, a empresa era avaliada em 20 bilhões de reais. No fim de dezembro, esse valor era quase 63% maior: 32,6 bilhões de reais. Fontes próximas a um dos acionistas disseram que a preocupação atual dos controladores da companhia — que criou um comitê independente para investigar o caso — é entender quais serão as implicações das denúncias na empresa. Fundos como GIC e Temasek, ambos de Singapura, foram apontados como potenciais compradores.

EUA: mais sanções à Rússia

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos impôs, nesta segunda-feira, sanções contra indivíduos russos devido a atividades cibernéticas maliciosas. Segundo o comunicado do Departamento, cinco entidades e três indivíduos comprometeram a segurança dos Estados Unidos e de seus aliados ao fornecer materiais e suporte tecnológico ao serviço de inteligência da Rússia. Esta não é a primeira vez que o governo americano impõe sanções contra a Rússia. Em março deste ano, por exemplo, o Departamento sancionou outras pessoas e empresas, acusadas de agirem como disseminadores de fake news. O país é investigado por uma suposta intervenção nas eleições dos Estados Unidos, em 2016, que culminou na vitória de Donald Trump.

Rússia tem que mudar

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, afirmou, nesta segunda-feira, que a Rússia não será convidada a voltar ao G7 (grupo das maiores potências econômicas mundiais) enquanto “não mudar”. De acordo com May, a interferência russa nas relações de outros países faz com que o país ainda não possa ser convidado de volta. A Rússia foi excluída do G8 em 2014, após anexar a região da Crimeia, que pertencia anteriormente à Ucrânia, aliada dos países ocidentais. O comentário da primeira-ministra britânica foi uma resposta ao comentário do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que, durante o encontro do G7 na semana passada, disse que a Rússia deveria estar incluída no grupo.

Alternativa contra a fome

A agência de notícias Reuters publicou, nesta segunda-feira, uma reportagem em que afirma que mulheres venezuelanas estão se prostituindo na fronteira do país com a Colômbia. A cidade colombiana de Cúcuta, por exemplo, agora é cenário de prostituição de mulheres entre 18 e 40 anos, que se prostituem e enviam o dinheiro para suas famílias que estão na Venezuela. O êxodo a partir do país exportador de petróleo representa o maior fluxo migratório de pessoas na história recente da América do Sul, e mostra poucos sinais de diminuição. Para algumas mulheres, a prostituição é a última e mais desesperada opção. A crise humanitária venezuelana fez com que mais de 670.000 pessoas tenham deixado o país e entrado na Colômbia, entre 2015 e 2018.

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